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Cercado de seguranças, Cielo causa tumulto e fica calado na volta ao Brasil

Cielo é acompanhado por seguranças no desembarque aeroporto de Guarulhos - Roberta Nomura/UOL
Cielo é acompanhado por seguranças no desembarque aeroporto de Guarulhos Imagem: Roberta Nomura/UOL

Roberta Nomura

Em Guarulhos (SP)

03/08/2011 18h09

Cesar Cielo chegou ao Brasil um dia após o restante da delegação brasileira de natação. Mesmo sozinho, causou mais tumulto que os outros nadadores no desembarque no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Cercado por três seguranças, evitou os microfones e não deu nenhuma entrevista. A mãe do atleta, Flavia Cielo, mostrou irritação com a presença de repórteres no local.

  • Roberta Nomura/UOL

    Com semblante tranquilo, Cesar Cielo desembarcou em Guarulhos (SP), um dia após a delegação brasileira. Ele preferiu não falar com a imprensa, recebeu o carinho dos fãs, agradeceu e sorriu

Assim que apareceu de boné e óculos escuros no terminal 1 do aeroporto, Cielo foi alvo da imprensa. Tranquilo, o bicampeão mundial pediu para não falar e afirmou que deve marcar uma entrevista coletiva - ainda sem data prevista. O nadador de 24 anos foi cumprimentado por torcedores, agradeceu e sorriu. Mas permaneceu calado no caminho até o carro da família e foi seguido pela imprensa e por seguranças. O técnico Albertinho também foi abordado. Educado, ele apenas respondeu que estava de carona.

O silêncio já era esperado depois da novela de doping que começou no Brasil e só terminou na China após 20 dias. Durante o Mundial, Cielo conquistou as medalhas de ouro nos 50 m livre e 50 m borboleta, mas foi alvo de reclamações de membros da Fina (Federação Internacional de Natação) e de alguns atletas, que protestavam contra a punição leve dada ao nadador - ele só foi advertido após ser flagrado com um diurético.

Ele testou positivo para furosemida e recebeu advertência da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). A Fina não concordou com a decisão e acionou a CAS (Corte Arbitral do Esporte). Em decisão em última instância na esfera esportiva, a corte manteve a pena mínima dada pela entidade nacional e Cielo ficou livre para competir no Mundial de Xangai.

Após conquistar o bicampeonato mundial nos 50 m livre, o paulista de Santa Bárbara D'Oeste ficou um dia a mais na China porque seus documentos foram extraviados. A mãe do nadador teria voltado ao Brasil com o passaporte e Cielo teve de tirar um novo documento na embaixada brasileira na China para, então, retornar.

O restante da equipe brasileira desembarcou na terça-feira sem Cielo. Felipe França, campeão mundial dos 50m peito, foi o mais assediado. Mas também falou pouco. Ele e Bruno Fratus deixaram para receber a imprensa na manhã desta quarta-feira no Esporte Clube Pinheiros.