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Primeiro pódio de Cielo no Finkel expõe assédio interminável e fanfarra atrás de anônimos

Cielo se concentra durante preparação no Troféu José Finkel, em Belo Horizonte - Leandra Benjamin/FlaImagem
Cielo se concentra durante preparação no Troféu José Finkel, em Belo Horizonte Imagem: Leandra Benjamin/FlaImagem

Roberta Nomura

Em Belo Horizonte (MG)

31/08/2011 14h28

Cesar Cielo disputa sua primeira competição em território nacional após ser advertido em processo de doping. Imagem arranhada? Nem um pouco. O campeão olímpico e bi mundial segue prestigiado. Ao longo destes três dias de Troféu José Finkel, em Belo Horizonte, ele foi muito assediado principalmente por crianças. O auge foi nesta quarta-feira na premiação da final dos 50 m livre, em que foi campeão. Mas não é somente o principal nadador do país que recebe pedidos de autógrafos. Os ‘anônimos’ atendem aos apelos após ouvir: “moça”, “tia”, “lindo”.

CIELO MACHUCA DEDO E DEIXA A SUNGA DE LADO

Cielo se machucou novamente na largada dos 50 m livre. Ele já tinha ralado a pele no bloco de saída durante as eliminatórias. Nesta quarta, voltou a se lesionar. “É outro dedo. Essa baliza não está gostando muito de mim”, comentou o vencedor da prova.

Ele também explicou a mudança de traje: deixou a sunga de lado e voltou a usar bermuda, seguindo conselho de sua mãe. “Eu acho que dava para usar a sunga, mas não queria que parecesse que eu não estava levando a sério.”

Cielo costuma ser parado na chegada ao Minas Tênis Clube, antes e após as provas. A maratona de autógrafos é interminável. Em seu primeiro pódio no Finkel, o assédio foi ainda maior. Crianças associadas ao clube mineiro se esforçavam para fotografar o ídolo com a medalha. E, depois, o cercaram em busca de autógrafos e mais imagens. O campeão olímpico tentou atender a todos e ainda fez uma parada para falar com a imprensa.

Nem no local destinado ao Flamengo Cielo teve sossego. O presidente da Federação Aquática Mineira, Renato Maia de Sena Horta, levou a família para tietar o campeão olímpico. O jogador de vôlei Henrique também esteve na lista de fãs. O central do Minas foi com os filhos no segundo dia, mas não conseguiu encontrar o nadador e voltou nesta quarta-feira.

Após terminar as eliminatórias e a semifinal dos 50 m livre com o segundo melhor tempo, Cielo superou na final o amigo e companheiro de equipe Nicholas Santos, que ficou com a prata. “Eu falei que ele estava guardando”, brincou o vice-campeão. O paulista de Santa Bárbara D’Oeste também entrou na brincadeira: “Ele também [estava guardando o melhor para a final]. O velhinho é espertinho”.

Cielo venceu os 50 m livre com 21s97. “Achei que nadei bem. A saída foi razoável, mas meu nado está bem eficiente. O tempo está bacana”, analisou. Mesmo nadando abaixo do índice para obter a vaga na Olimpíada (22s11), o bicampeão mundial já ocupa a lista atual de classificados na prova, com o 21s52 obtido na final do Mundial de Xangai. O outro posto é atualmente ocupado por Bruno Fratus, com 21s76. No Finkel, ele terminou em terceiro.

O nadador do Pinheiros, aliás, é outro atleta que vem sendo assediado por alguns fãs e outros nem tanto. Fratus deu autógrafo para dois meninos após ser chamado de “tio”. “Tio? Eu sou só um pouco mais velho que vocês. Quantos anos você acha que eu tenho?”. Um dos garotos rebateu com 30 anos. “Nossa, acabou comigo, vou sem moral para a prova”, brincou antes da final dos 50 m livre.

Uma turma de meninos saiu da tenda do Pinheiros comemorando os autógrafos na camisa do Minas. “Eu peguei da Carolina Mussi. Não sei quem é, mas é linda”. Um outro garoto saiu correndo atrás de uma atleta do Corinthians. “Moça, me dá um autógrafo”, pediu ele, que confessou não saber nem o nome da nadadora.

THIAGO PEREIRA LEVA OS 400 M MEDLEY; FINAL TEM DOBRADINHA CORINTIANA

Thiago Pereira não fez um grande tempo, mas nadou o suficiente para vencer a final dos 400 m medley, com o tempo de 4min24s61. "“Não foi meu melhor tempo, mas meu objetivo principal são os Jogos Pan-Americanos em outubro. O importante é que consegui a vitória para o Corinthians”, vibrou.

O clube paulista, inclusive, pôde festejar a dobradinha, já que a segunda colocação ficou com Bruno Barufi (4min25s52).

FELIPE FRANÇA FICA COM 3º MELHOR TEMPO NA SEMI DOS 100 M PEITO

Campeão mundial dos 50 m peito, Felipe França avançou com o terceiro melhor tempo para a final dos 100 m peito do José Finkel. Nesta quarta-feira, ele nadou a distância em 1min02s01 e foi superado em sua bateria por João Gomes Júnior, com o tempo de 1min01s90.

Felipe França comentou antes da final que não estaria 100% na prova, já que agora está em processo de emagrecimento visando a próxima temporada. Ele é um dos 40 nadadores brasileiros garantidos no Pan de Guadalajara, em outubro deste ano.

KAIO MÁRCIO VAI À FINAL DOS 100 M BORBOLETA COM O QUINTO MELHOR TEMPO

Kaio Marcio passou para a final dos 100 m borboleta apenas com o quinto melhor tempo: 53s70. A melhor marca foi de Gabriel Mangabeira, com 53s06. Ele, inclusive, é o atual recordista brasileiro da prova, já que nadou a distância em 51s02 em julho de 2009, no Mundial de Roma. Glauber Silva foi o segundo colocado nas semifinais, seguido por Lucas Salatta e Thiago Pereira.