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Fabiola Molina leva grife de maiôs aos torneios e veste musas e maioria nacional

Roberta Nomura

Em Belo Horizonte (MG)

02/09/2011 07h07

Fabiola Molina é estrela na natação brasileira. Mas mais do que o sucesso dentro da água, a nadadora de 36 anos virou referência para outras nadadoras em outra área: a moda. Dona da grife que carrega seu nome, a atleta do Minas leva a marca aos torneios que disputa e já veste maioria nacional. No Troféu Finkel, em Belo Horizonte, os modelos confeccionados por ela estão expostos e à venda em tendas comerciais. E fazem sucesso.

Os representantes da grife Fabiola Molina levam cerca de 300 peças para as competições e chegam a vender metade, pelo menos. “A maioria das vendas é feita em competições. O recorde foi em torneio da base. Vendemos 300 maiôs de quinta a domingo. Em São Paulo, a gente ainda atende nos clubes. E tem volume internacional bom pela internet. Hoje em dia a maioria veste Fabíola Molina, acho que chega a 90%”, disse Vinícius Saturno, filho de Zezé, principal vendedora da marca da nadadora.

A grife Fabiola Molina comercializa maiôs, sunquínis e sungas nas competições. A peça masculina é a menos badalada, mas os modelos femininos vestem as principais nadadoras do país. Flavia Delaroli-Cazziolato, Tatiane Sakemi, Joanna Maranhão, Tatiana Lemos e Carolina Mussi estão na lista de clientes assíduas. As nadadoras desfilam a marca da companheira de piscina durante os aquecimentos e para soltar (prática realizada após as provas).

E o que um dia já foi carregado de preto, cinza e azul agora ganhou cores mais vibrantes e formatos mais sensuais e bonitos. “Quando a gente vai mexer na forma, eu experimento tudo e dou opiniões. Digo se está apertado demais, decotado demais. Eu trabalho com isso. A gente vive mais na piscina do que em qualquer lugar. E mulher tem vaidade de querer estar bonita. Por ser atleta, sei o grau de conforto necessário também”, explicou Fabiola Molina.

Os primeiros contatos da nadadora com a moda ocorreram quando ela tinha 19 anos. A mãe de uma amiga começou a estilizar os maiôs e, depois, veio a ideia do sunquíni. “Todo mundo treinava de maiô. Depois, ia no clube ou na praia e estava com aquela marca branca horrível na barriga. Começamos a fazer peças com alças mais finas e menores e todo mundo adorou”, contou. No início, Fabiola apenas revendia peças e lucrava R$ 5 reais.

A iniciativa de tornar o negócio mais profissional foi prontamente abraçada pelos pais da nadadora. A marca Fabiola Molina começou terceirizada – ela comprava e revendia. Em 2004, passou a produzir e centralizar todo o processo. As três primeiras máquinas foram instaladas na varanda da casa da família. Aos poucos a grife cresceu e, agora, tem 20 funcionários e atende à demanda internacional via internet. A empresa têxtil Santaconstacia já faz modelos exclusivos para a grife.

“Quem toma conta de tudo é minha mãe [Kelce]. Ela é gerente geral, organiza e compra tudo. Ela é determinada e corre atrás mesmo. Se não fosse ela, não ia ter condições de tocar o negócio e conciliar com minha vida de atleta”, reconheceu Fabiola. Enquanto a nadadora do Minas cai na água em busca de medalhas no Finkel, seus representantes estão com as peças expostas em estandes próximos à piscina de soltura. E clientes não faltam.

NOVATAS TAMBÉM ADEREM AOS MODELOS

A grife Fabiola Molina também veste novatas da natação brasileira. Carolina Bergamaschi, de 17 anos, compra as peças desde 2007. A nadadora do Pinheiros já tem cinco modelos e comprou mais um durante o Finkel. "Eu geralmente compro em competições. Já levei o meu aqui", contou.

A paulista de São José dos Campos contou também com a experiência da vendedora Zezé para dominar o mercado brasileiro. A experiente comerciante está no meio da natação desde 1990 e virou referência. Ela vendia as peças para o campeão olímpico e bi mundial Cesar Cielo e para a própria Fabiola. A representante da marca da nadadora só não está em Belo Horizonte porque teve problemas de saúde. “Minha mãe por si só já tinha muitos fregueses. Aí, juntou com a Fabiola e foi um sucesso. Ela é muito acessível, aceita sugestões e trata as pessoas com uma atenção ímpar. Isso é dela. Antes de começar a vender já era assim. O carisma dela é impressionante e traz os clientes”, elogiou Vinícius Saturno.

Dentro da piscina, Fabíola Molina também demonstra soberania. Na terça-feira, a esposa do também nadador Diogo Yabe faturou o ouro nos 200 m costas. Dois dias depois, surpreendeu na final dos 100 m borboleta (prova que não é sua especialidade) e também subiu ao lugar mais alto do pódio.