Campeã mundial Ana Marcela abandona 'tédio' e muda foco por sonho olímpico
Ana Marcela Cunha circula pelo Troféu José Finkel, em Belo Horizonte, sempre acompanhada. A campeã mundial nos 25 km aproveita o torneio no Minas Tênis Clube para colocar a conversa em dia. Mas mais do que isso, a baiana está se ambientando para ‘voltar’ à piscina e deixar o “tédio” de lado. Reserva da maratona aquática (sua especialidade) nos Jogos de Londres-2012, a nadadora de 19 anos direciona o foco para os 800 m livre para manter o sonho olímpico.
A vaga nos 10 km da Olimpíada escapou por pouco. Ana Marcela terminou a prova na 11ª colocação no Mundial de Xangai, em julho. “Fiquei muito triste naquele dia. Fui dormir 3h ou 4h da manhã depois de conversar com meus pais”, contou. A nadadora da Unisanta ainda encontrou forças para nadar os 25 km – prova em que se sagrou campeã mundial.
FABÍOLA MOLINA LEVA GRIFE DE MAIÔS A TORNEIOS E VESTE MUSAS NACIONAIS
Carolina Mussi, Tatiane Sakemi e Ana Carvalho ao lado de Fabíola Molina com seus maiôs especiais
Agora, ela terá que fazer o caminho inverso para manter o sonho de disputar sua segunda Olimpíada – em 2008, ela terminou na quinta colocação na maratona aquática. Ao invés de aumentar os quilômetros percorridos, ela terá que reduzir. Ana Marcela tentará a classificação nos 800 m livre. A ‘volta’ para a piscina trará mudanças em seu nado.
“Sei que é difícil. Porque vou ter que melhorar minhas viradas, meu estilo e minha estatura não ajuda muito. Mas estou me cercando ao máximo para fazer de tudo para conseguir”, explicou Ana Marcela. O índice olímpico é 8min32s82. No Troféu José Finkel, ela terminou em quarto com 8min59s20. E ainda nadará os 1.500 m livre (prova não-olímpica), neste domingo, último dia de provas.
O ‘retorno’ para a piscina não é algo que ela quer e tem prazo para acabar. “Quem quer correr atrás de um sonho, faz de tudo. Então, voltar pelo menos por um tempo vale a pena”, analisou. A mudança tem seu lado positivo. Em competições de natação, o clima descontraído agrada à atleta, acostumada com o isolamento na maratona aquática.
“Quando vou com a seleção, janto com a Poliana [Okimoto – dona de uma das dez vagas na Olimpíada de Londres-2012] e fazemos as coisas juntas, mas somos nós. Em torneio é mais descontraído. Tenho amigos em vários lugares e sempre converso com o pessoal. Não é aquele tédio. Porque assistir duas horas de prova é ruim. Aqui [no Finkel] é mais rapidinho e mais dinâmico”, comparou.
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