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Cielo 100%, revezamentos eletrizantes e fim do jejum do Minas fecham Finkel

Cielo teve aproveitamento de 100%: seis ouros em seis provas no José Finkel - Satiro Sodré/Divulgação
Cielo teve aproveitamento de 100%: seis ouros em seis provas no José Finkel Imagem: Satiro Sodré/Divulgação

Roberta Nomura

Em Belo Horizonte (MG)

04/09/2011 13h20

Cesar Cielo nadou seis provas e levou seis ouros no Troféu José Finkel. O último foi na prova que encerrou o torneio em Belo Horizonte: o revezamento 4x100m medley. As disputas por equipes neste domingo, aliás, foram decididas no fim e com boa dose de emoção. Ao final de sete dias de competição, a Fiat/Minas confirmou o título, encerrou jejum de 13 anos justamente na primeira vez em que foi sede e ainda unificou os títulos brasileiros.

CIELO LIDERA REVEZAMENTO

  • Satiro Sodré/Agif

    Cesar Cielo aumentou bastante sua coleção de medalhas e fechou com chave de ouro sua participação no Troféu José Finkel. Neste domingo, ele competiu em duas provas e venceu ambas, totalizando seis ouros. Primeiro, dominou a final dos 50 m borboleta e conquistou a quinta medalha com o tempo de 23s48. Depois, ele caiu na piscina em segundo lugar no revezamento 4x100 m medley, forçou no estilo borboleta e entregou em boas condições para Nicholas dos Santos.

Principal estrela da natação brasileira, Cielo foi o mais assediado durante todo o torneio. E correspondeu às expectativas das várias crianças que foram acompanhá-lo ao terminar com 100% de aproveitamento. O campeão olímpico e bi mundial nadou seis provas (50 m livre, 100 m livre, 50 m borboleta e os revezamentos 4x50 m livre, 4x100 m livre e 4x100 m medley) e foi campeão em todas elas.

Vários nadadores estão em fase de preparação para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em outubro, e não voltaram o foco para o Finkel. Os tempos foram altos e não garantiram vaga de ninguém para a Olimpíada de Londres-2012. Mas a intenção da maioria era mesmo bater na frente e somar pontos para suas respectivas equipes. “Eu queria fazer pontos e consolidar a terceira colocação para o Flamengo. E foi muito bom. No ano que vem, precisamos trazer mais gente para brigar e tornar a natação cada vez mais atrativa”, afirmou Cielo.

O campeão olímpico cumpriu bem seu papel. Mesmo após a ‘maratona’ de provas, ele conseguiu ser decisivo no revezamento 4x100 m medley, última prova do Finkel. Ele foi escolhido para nadar borboleta. Quando caiu na água, viu Gabriel Mangabeira bem à frente. No entanto, o atleta do Pinheiros/Sabesp já acumulava duas finais neste domingo e Cielo encostou. Coube a Nicholas Santos a tarefa de colocar o Flamengo no lugar mais alto do pódio, em prova decidida no final.

“Tentei pensar em uma prova de cada vez. Os 100 m costas não é a minha e ainda consegui a vitória. Nos 50 m borboleta pesou. No revezamento, eu nadei bem, mas o Flamengo foi melhor e mereceu a vitória”, constatou Mangabeira. Ele foi campeão os 100 m costas, mas sequer subiu ao pódio para receber a medalha – foi representado por outro atleta, porque a prova seguinte era justamente os 50 m borboleta.

O revezamento feminino também foi marcado por emoção. Capitã do Minas, Fabiola Molina abriu os 4x100 m medley e entregou com boa vantagem no costas. Tatiane Sakemi, do Pinheiros, foi buscar no peito e deixou a prova parelha. O borboleta permaneceu equilibrado, mas com a equipe paulista um pouco à frente. A norte-americana Kimberly Vandenberg foi a responsável por tirar a diferença e garantir o clube mineiro na primeira colocação.

A essa altura, o Minas já comemorava o primeiro lugar na classificação geral. A equipe dominou o Finkel desde o primeiro dia e encerrou jejum de 13 anos sem conquistas na competição – a última havia sido em 1998. A equipe de Fabiola Molina, Diogo Yabe, Rodrigo Castro, Nicolas Oliveira e Daynara de Paula unificou o título brasileiro – venceu também o Maria Lenk. Desde 1996, o Minas não vencia os dois principais torneios nacionais. “Isso é resultado de um trabalho conjunto. De uma estrutura muito boa, de apoio da diretoria e patrocinadores, equipe multidisciplinar e qualidade técnica dos atletas”, disse o técnico do Minas, Marcelo Vaccari.

FABÍOLA MOLINA SOBRA NA
FINAL DOS 100 M COSTAS


Aos 36 anos, Fabíola Molina sobrou na final dos 100 m costas. Ganhou sem maiores dificuldades: foi a única a nadar abaixo de 1min02s, registrando 1min01s33.

"O aproveitamento está ótimo. Consegui nadar bem provas que eu não esperava, como os 100 m borboleta. E foi bom para o objetivo de somar o maior número de pontos para o Minas", avaliou a veterana.
DAYNARA SOFRE COM LESÃO

Após machucar o pé esquerdo na queda do bloco em largada no sábado, Daynara de Paula sofreu com a lesão neste domingo e ficou com o segundo lugar nos 50 m borboleta. Inge Dekker (HOL) venceu.

"Fiz um aquecimento diferente, porque eu treino muito saída e não estou conseguindo impulsionar. E em uma prova de 50 m, a saída é 50% do nado. Saí atrás, não consegui ondular direito e não estava confortável. Faço esse tempo no treino", lamentou
MINAS GARANTE VITÓRIA NO JOSÉ FINKEL APÓS 13 ANOS

O Minas voltou a vencer o Troféu José Finkel depois de 13 anos, chegando a seu sexto título na competição que não ganhava desde 1998. A última medalha de ouro da equipe foi conquistada pelo revezamento feminino do 4x100 m medley. Fabíola Molina, dona de quatro ouros, brilhou ao abrir a prova e viu a norte-americana Kimberly Vandenberg fechar em final emocionante.