Em entrevista a revista, Joanna Maranhão revela tabu com sexo após abuso na infância
Em 2008, Joanna Maranhão chocou fãs do esporte e o público em geral ao revelar que foi abusada sexualmente por um ex-técnico ainda na infância, aos 9 anos. Após passar por dificuldades na última Olimpíada, a nadadora concedeu uma entrevista reveladora à revista Marie Claire, explicou que as agressões sofridas quando criança afetaram sua vida sexual e exaltou a ajuda da família, do ex-marido e do atual namorado, o judoca Luciano Correa, para superar o trauma.
“Só não peguei trauma de homem porque meu ex-marido, Rafael, fez com que o sexo se tornasse uma coisa boa para mim. Agradeço muito a ele por isso. Mas, sinceramente, acho que não sou uma mulher sexuada como a maioria das minhas amigas”, admitiu Joanna à reportagem.
“Tenho um tesão absurdo pelo Luciano, meu namorado, porque ele é o homem mais maravilhoso do mundo. Mas às vezes ele chega animado e eu digo: ‘Lu, hoje não vai dar’. Eu não me forço, já fui muito forçada. Quando eu cresci e comecei a namorar, foi tão difícil...”, continuou a nadadora.
Ao longo da entrevista, Joanna Maranhão deu detalhes de como eram os abusos sofridos na infância e disse que o agressor chegou a obrigá-la a fazer sexo oral certa vez, na casa dele. Segundo ela, apenas o apoio da família e as sessões de terapia iniciadas quando ela tinha 14 anos permitiram que ela entendesse a situação. O treinador nunca foi preso ou investigado porque, quando ela fez as denúncias, o crime já havia prescrito.
A pernambucana ainda lamentou o desempenho nos Jogos de Londres, quando por um desmaio inesperado durante o banho ela sofreu um corte no supercílio e não pôde disputar os 400 m medley, sua principal prova, e avisou que tentará disputar no Rio-2016 sua quarta Olimpíada.
“Não vou deixar que meu último 400 medley olímpico seja a lembrança de um corte no supercílio. Vou tentar de novo na Olimpíada aqui no Brasil. Afinal, eu fui a melhor brasileira da natação nas provas. Isso conta. A vida se faz dessas pequenas conquistas. Não ter que tomar calmante, acordar para treinar, não ter medo de cair na água...”, comentou a atleta.
Por fim, Joanna Maranhão fez críticas aos dirigentes brasileiros, sobretudo à CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), e revelou que seu ciclo olímpico foi custeado em grande parte por sua família.
“Tem um monte de gente na natação que compactua com injustiças e, por isso, ganha o apoio da CBDA. Não é o meu caso. Não posso concordar com o presidente de uma Confederação que não tem critério e é capaz de dar R$ 30 mil para um nadador e R$ 2 mil para outro. Sou a única que compra brigas, os outros se calam. Por isso a diferença de incentivos”, disparou Joanna. “Minha família e meus amigos gastaram pelo menos R$ 100 mil com meu treinamento para que eu pudesse competir em Londres. Meu padrasto pediu um empréstimo no banco e ainda está pagando por ele. Por isso não aceito e respondi os desaforos que ouvi no Twitter”.
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