Mesmo campeã, Poliana Okimoto admite que ainda tem medo do mar
Se tornar campeã do mundo na maratona aquática de 10 km parecia algo quase impossível há alguns atrás para Poliana Okimoto , ouro na prova nesta terça-feira, em Barcelona.
Isso porque até 2005 ela competia em piscinas, mas foi aconselhada por seu marido e técnico, Ricardo Cintra, a tentar se aventurar nas maratonas aquáticas. Mas não queria se arriscar por der medo do mar. Diz que a fobia foi passando, mas que ainda existe em menor quantidade.
“Tenho um pouquinho de medo. No começo, não posso treinar sozinha, sempre tem que ter alguém comigo. Mas para competir fui tirando um pouco do medo”, falou a brasileira à agência de notícias France Presse. “Pouco a pouco vi que não tinha nada e ia passando o medo, mas não completamente”, continuou.
Poliana ficou apreensiva e teve pânico um dia antes de sua primeira prova oficial na maratona aquática, em 2005. Tinha medo de que tubarões ou algum outro animal marinho pudesse vir em sua direção. Mas graças à insistência do marido, competiu e venceu a prova.
”Me dei conta de que ela tinha muita resistência. Muito mais do que na piscina e que poderia fazer grandes coisas. Tive que convencê-la. Mas ela ainda tem um pouco de medo”, falou Cintra.
Poliana já havia ficado com a prata na maratona dos 5 km também em Barcelona. Nesta mesma especialidade, foi bronze no Mundial de Roma, em 2009. Nesta terça, fez dobradinha brasileira com Ana Marcela Cunha, que ficou na terceira colocação.
As nadadoras já vinham de prata e bronze na disputa mais curta, de 5 km, no sábado. A disputa de 10 km foi acirrada, e tudo começou a ser definido apenas na volta final, com cerca de 2 km para a conclusão do trajeto no porto de Barcelona. Ana Marcela Cunha se colocou bem entre as primeiras colocadas, brigando pelo primeiro lugar, com Poliana também próxima.
Faltando poucos metros, as brasileiras dispararam, dominando a prova com cerca de cinco minutos para a batida, com mais de um corpo de vantagem à frente. As oponentes ainda tentaram apertar o ritmo, mas o esforço foi insuficiente para reverter a vitória verde-amarela.
Ficou para o final a disputa particular entre as brasileiras, e quem se deu melhor foi Poliana. Ela completou com o tempo de 1h58min19s2. Ana Marcela foi apenas três décimos mais lenta.
"Estou muito emocionada, eu busquei muito essa medalha. Já tinha conseguido a prova nos 5km, mas a de 10 km é muto mais difícil, é uma prova olímpica. Valeu muito a pena", comemorou Poliana, chorando muito após a chegada, em entrevista ao SporTV.
"Na prova dos 5km eu não sabia como ia ser e sai com o bronze. Hoje confiei muito mais em mim. Quando passou dos 7,5, vi que viramos junto... Nem tem o que falar, hoje o Brasil está na ponta", completou Ana Marcela, medalhista de prata.
Os resultados obtidos no Mundial colocam as brasileiras entre as favoritas ao pódio nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Na Olimpíada as atletas vão disputar apenas uma prova de maratona aquática, justamente a de 10 km.
Dueto brasileiro fica fora da final do nado sincronizado
A dupla Lorena Molinos e Giovana Stephan não conseguiu avançar à final dos duetos do nado sincronizado, nesta terça-feira. Elas fizeram coreografia com o tema 'Verão', das 'Quatro Estações', de Vivaldi.
As brasileiras somaram 81.930 pontos, o que lhes rendeu a 15ª colocação. Rússia (97.230), China (95.080), Espanha (94.280) e Ucrânia (92.530) foram as melhores equipes.
"A rotina é difícil, mas nos sentimos super bem nadando. Estava cansada no final, mas aguentei firme. Vimos outras equipes com erros explícitos que ganharam mais nota. A gente nunca entende quais são os critérios para a pontuação", disse Lorena.
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