Topo

Esperança brasileira da natação mira carreira business e tem lado modelo

Nicholas Santos, nadador campeão mundial nos 50 m borboleta - Satiro Sodré/Divulgação/CBDA
Nicholas Santos, nadador campeão mundial nos 50 m borboleta Imagem: Satiro Sodré/Divulgação/CBDA

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

24/07/2013 06h00

O dilema entre seguir carreira nos estudos ou tentar ser atleta profissional é algo rotineiro para jovens que sonham em chegar ao alto rendimento no esporte que começam a se destacar e gostar desde criança.

Muitos potenciais craques se perdem ao escolherem o caminho da universidade, enquanto outros optam pelo esporte e não conseguem conciliar a carreira com o lado estudante.

Nenhum destes é o caso de Nicholas Santos, uma das esperanças brasileira de medalha no Mundial de Natação, que está sendo realizado em Barcelona. O nadador já obteve resultados expressivos na carreira, como medalhas de ouro e prata em Jogos Pan-Americanos, das três cores em Universíades, e a dourada no Mundial de piscina curta, em Istambul, em 2012.

Mas Nicholas conseguiu dar um jeito de estudar mesmo em sua longa caminhada que já dura mais de dez anos no alto rendimento. Se formou em fisioterapia e fez pós-graduação em fisioterapia manual.

Teve algumas poucas experiências mais pelo gosto de tentar exercitar. “Depois que eu terminei a faculdade, peguei alguns pacientes. Minha irmã é fisioterapeuta também. Mas não dá para atender e treinar nesse ritmo”, comentou.

E a dedicação não parou por aí. Ainda tem um MBA em gestão empresarial para futuramente aplicá-lo quando tiver seu próprio negócio. Apesar de estar longe de falar em aposentadoria, o nadador já planeja carreira fora da água para quando chegar o momento de parar.

“Na verdade hoje é muito difícil eu montar alguma coisa. Vira e mexe eu desenho algumas coisas, faço planos de negócios, mas para sair do papel só depois que eu parar de nadar. É difícil eu montar para deixar para alguém tocar isso”, falou.

“Eu tenho vontade de montar uma clínica com vários profissionais, com preparador físico, fisioterapeuta, médico. É um objetivo que quero seguir como caminho depois que encerrar minha carreira como nadador. Por isso fiz o MBA, pra ter uma noção empresarial da coisa.”

Nicholas também tem atuações esporádicas de modelo graças à namorada, Gisele Hermeto, que é modelo. O nadador já fez fotos para campanhas publicitárias e não descarta realizar mais ações quando parar e assim sobrar mais tempo em sua agenda.

Mas brinca ao dizer que terá que ver se vai ser requisitado. “Já fiz (trabalhos de modelo). Eventualmente o pessoal me chama para fazer alguma coisa e eu acabo fazendo sim. Fotos para revistas e campanhas. Já fiz para patrocinadores e comerciais”, recordou. “Não sei, acho que é mais a procura e ver como estarei fisicamente e se é interessante ou não. Vamos ver.”


Chance de pódio

Nicholas chega para a disputa do Mundial nos 50 m borboleta credenciado pelo título no Mundial de piscina curta (25 m), em dezembro de 2012, em Istambul, na Turquia. É o segundo do ranking na especialidade de acordo com o conceituado site especializado http://www.swimvortex.com. Está apenas atrás do francês Frederick Bousquet.

Agora, fará a disputa em piscina longa em prova na qual o atual campeão mundial é o ex-companheiro de treinos Cesar Cielo.

Centrado, Nicholas diz que o título mundial não o intimida pelas expectativas criadas pelo bom resultado e afirma que a cobrança que mais importa é a sua. “Eu não fico nervoso por isso, fico é feliz pra falar a verdade. Fico bem satisfeito com o trabalho que venho fazendo que vem dando certo. O (técnico) Albertinho realmente encaixou o programa pra mim. Estou bem confortável com essa cobrança e espero corresponder”, falou. “Vou pra buscar essa medalha e ganhar o ouro.”

O campeão mundial em Istambul vivencia uma de suas melhores fases na carreira com 33 anos, fruto da aplicação e dedicação fora das piscinas. “O mais engraçado é que eu venho melhorando a cada ano. Me cuido bem na parte de alimentação e venho treinando muito bem. E todo ano eu venho melhorando meus tempos, independentemente da idade. E espero fechar com chave de ouro em 2016.”

Seu lado estudioso também será um trunfo no Mundial. Está sempre antenado no que acontece com seus rivais pelo mundo. “Sempre acompanho os campeonatos europeus, as seletivas americanas também. Fico de olho no que está acontecendo pelo mundo.”