Em decisão polêmica, Fina proíbe câmeras subaquáticas para arbitragem
Durante a primeira semana do Mundial de Esportes Aquáticos em Barcelona, o Congresso Técnico da Fina (Federação Internacional de Natação) rejeitou a proposta de mudança na regra do nado peito que permitia o uso indeterminado de pernadas de borboleta nos primeiros 15 metros. Para assegurar a aplicação da norma, a expectativa era de que o uso de câmeras subaquáticas pela arbitragem fosse autorizado nesta sexta-feira, o que não aconteceu.
Durante o novo encontro do congresso, que definiu a reeleição do uruguaio Julio Cesar Maglione como presidente da Fina, os diretores acabaram rejeitando o uso de tecnologia pela arbitragem. Assim, nada muda na aplicação das regras do nado peito, assunto que virou polêmica durante os jogos Olímpicos de Londres no ano passado.
Na ocasião, o sul-africano Cameron van der Burgh admitiu que só venceu a prova dos 100 m peito porque usou à vontade o recurso ilegal de fazer pernadas do nado borboleta após a saída da plataforma. Neste momento, a visão dos árbitros é desfavorecida, e por isso a Fina chegou a cogitar a possibilidade de legalizar esse recurso por parte dos nadadores.
Mas essa proposta foi rejeitada, o que levou a crer que o uso de câmeras subaquáticas seria aprovado para facilitar a fiscalização dos árbitros. A votação desta sexta-feira, no entanto, foi mais tumultuada do que o esperado.
Segundo relato do representante da Fina Craig Lord à revista Swimming World, três fontes indicaram que a primeira votação, que serviu apenas como uma sondagem, foi a favor da aprovação do uso de tecnologia, proposta contrária à da cúpula da mesa diretora.
Quando o diretor executivo Cornel Marculescu abriu os votos, ele teria visto um empate, de acordo com o relato de Craig Lord. Foi aberta uma segunda rodada de votações, mas o congresso entrou em tumulto durante um período. No fim, a decisão foi contrária ao uso de tecnologia pela arbitragem.
Para o técnico da equipe dos Estados Unidos, David Salo, a Fina perdeu uma oportunidade de aprimorar o esporte: “Acho que foi um erro, pois temos a tecnologia para melhorar o nosso esporte e mantê-lo apropriadamente fiscalizado. Sei que, nos Estados Unidos, temos muita dificuldade para desenvolver árbitros, e os atuais estão envelhecendo. Mas há tecnologia suficiente para manter a natação dentro das regras. Trata-se de um erro a esta altura”.
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