Gustavo Borges ensina crianças a nadar. Método é maior da América Latina
O ano era 1992. Quando saiu da piscina, aquele paulista alto e desengonçado mudava, definitivamente, sua vida. Gustavo Borges acabara de bater na borda da piscina em segundo lugar na prova dos 100m livre dos Jogos de Barcelona. A primeira de suas quatro medalhas olímpicas.
Mais de 20 anos depois, a imagem do nadador vitorioso ainda está presente na memória dos brasileiros. Mas quem olha para Gustavo hoje não deve esperar só isso. Adeus sunga e óculos. Olá terno e gravata. Um dos maiores nadadores que o Brasil já formou se tornou empresário. E de sucesso.
Ainda ligado à natação, ele criou a Metodologia Gustavo Borges de ensino do esporte. Em quatro anos, já ajudou 170 mil crianças a darem suas primeiras braçadas. Seu nome está presente em mais de 300 academias ou clubes de todo o país. É o maior projeto do gênero em toda a América Latina.
“Quando parei de nadar, abri uma academia e já começamos, eu e meus sócios, a desenvolver um trabalho estruturado de gestão. Após dois ou três anos, veio a unidade de São Paulo. Sentimos, nesse meio tempo, que tínhamos uma experiência com isso muito grande. Foi um caminho natural formatar essa experiência em um produto. E a partir daí, começamos a crescer, como um licenciamento”, explica o ex-atleta.
Mais do que ensinar natação, Gustavo e sua equipe ensinam quem comanda as piscinas a tornar o local sustentável. O trabalho tem quatro pilares: operacional, comercial e marketing, além do pedagógico. “O nosso foco é a gestão da piscina. Trabalhamos desde um clube que tem uma piscina e quer aproveitá-la melhor até empresários que tem um terreno que querem construir a piscina e transformá-la em uma academia. São projetos para cada caso”.
Isso envolve treinamento de pessoal administrativo, troca de informações constante e, principalmente, formação de professores. Desde a sua criação, o método já formou cinco mil profissionais aptos a ensinar o esporte. “Esse aspecto pedagógico é importante. O aprender a nadar pode ser mais rápido ou mais lento, depende do aluno. O importante é que o professor saiba avaliar isso e usar os métodos adequados para cada indivíduo”.
“A imagem de atleta ajudou bastante no início. Quando comecei, era ela que dava credibilidade para o que eu estava propondo. Hoje, os mais jovens ainda conhecem o atleta, mas estão vendo, também, os resultados da metodologia. Temos casos de sucesso que mostram a nossa eficiência”, admite.
Além das academias, Gustavo também divide seu tempo com palestras e com a função de comentarista de esportes olímpicos da TV Globo. “É bastante coisa, mas ainda encontro tempo para nadar. Pelo menos uma vez por semana. Mas faço outras atividades também. Corro, ando de bicicleta, faço musculação, jogo tênis. Dependendo da semana é mais complicado, mas não fico parado”.
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