Presidente da CBDA questiona investigação do MPF e fala em ato eleitoreiro
O presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes, emitiu uma nota oficial nesta quarta-feira na qual questiona a ação aberta pelo Ministério Público Federal de São Paulo que pede o bloqueio do seus bens e afastamento da presidência da entidade que dirige desde 1988.
"Causa estranheza o fato da CBDA estar sediada no Rio de Janeiro e a investigação ser feita pelo Ministério Público de São Paulo. Curiosamente o candidato de oposição à atual gestão da CBDA é justamente o presidente da Federação Paulista", questiona Coaracy.
Ele diz se tratar de uma jogada política, uma vez que no ano que vem a CBDA terá eleição para a presidência. Critérios e regras serão discutidos em assembleia na próxima quarta-feira.
"Outro fato curioso reside que no início do ano, às vésperas da Assembleia Geral Ordinária da CBDA, o MPF notificou todos os Presidentes das Federações gerando repercussão midiática. A história se repete eis que o MPF decidiu divulgar suas ações novamente às vésperas da Assembleia Geral Extraordinária da CBDA marcada para 28/9/16", diz Coaracy.
"As acusações e pedido de afastamento de dirigentes de uma associação de natureza privada democraticamente eleitos denotam o cunho eleitoreiro do inquérito, cuja conclusão, após a devida apuração dos fatos demonstrará a legalidade dos atos praticados", completa.
O mandatário afirma também que coloca a disposição para consulta documentos que provam que todos os equipamentos comprados para atletas de maratonas aquáticas, nado sincronizado e polo aquático com dinheiro público - por meio de convênio com o Ministério do Esporte foram utilizados pelos esportistas.
"A CBDA possui em seus arquivos, disponíveis para consulta, cópias dos comprovantes de compra e entrega de todos os equipamentos utilizados para preparação dos atletas, não havendo o que se falar de desvio de dinheiro público".
Coaracy negou também fraude no processo licitatório para aquisição de tais equipamentos. Segundo o Ministério Público, do total de R$ 1,56 milhão, 79% foram pagos a uma empresa de fachada, a Natação Comércio de Artigos Esportivos, principal beneficiária das fraudes.
"A empresa Natação Ltda. foi vencedora apenas para fornecimentos dos itens em que orçou o melhor preço. Outras empresas, naturalmente, foram vencedoras para fornecimento de outros itens, sempre resguardado o melhor preço e o princípio da moralidade. Foi a primeira licitação promovida pela CBDA vencida (parcialmente) pela empresa Natação Ltda. que não tem qualquer vínculo com a CBDA ou seus dirigentes. Quanto ao endereço da empresa Natação Ltda., antes de assinar o contrato a CBDA verificou o endereço constante no contrato social e no cadastro nacional de pessoas jurídicas, não podendo lhe ser imputada responsabilidade em caso de divergência de endereço que pode decorrer inclusive de uma simples mudança", justifica.
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