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Advogado cita saúde frágil de Coaracy: “Se morrer, quem se responsabiliza?”

Reynaldo Vasconcelos / Folhapress
Imagem: Reynaldo Vasconcelos / Folhapress

Demetrio Vecchioli

Do UOL, em São Paulo

07/04/2017 15h47

Prestes a completar 79 anos, Coaracy Nunes está com a saúde debilitada e não tem sequer condições de se cuidar sozinho. Pelo menos é isso que afirma o advogado dele, Marcelo Franklin, que tenta uma audiência de custódia ainda nesta sexta-feira com a juíza que determinou a prisão do ex-dirigente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), detido na manhã da última quinta-feira.

De acordo com o advogado dele, Marcelo Franklin, o dirigente que ficou 28 anos à frente da CBDA tem hidrocefalia e em dezembro passou por uma cirurgia no cérebro. “Ele botou uma válvula na cabeça que tem constante manutenção. Toma muitos remédios para se manter com lucidez. Ele não tem condição de se cuidar sozinho, se locomover sozinho”

As frágeis condições de saúde de Coaracy não são segredo para quem acompanha os esportes aquáticos. Nos Jogos Olímpicos do Rio, ele foi visto diversas vezes de cadeira de rodas, sempre acompanhado da esposa. Nas entrevistas, já não mostrava a mesma lucidez de antigamente.
Além disso, Franklin alega que Coaracy, que não é mais presidente da CBDA desde 22 de março, não tem mais poder, o que não justificaria uma prisão preventiva. “Causa muita estranheza. Qual a finalidade dessa prisão preventiva? O que está sendo prevenido? Ele não tem capacidade de se locomover sozinho. Qual seria essa necessidade? É a banalização da prisão. Prende antes de permitir que se defenda, preste informações. Se ele morrer de hoje para amanhã, sem cuidados médicos, quero ver quem vai se responsabilizar”, criticou o advogado.

Segundo Franklin, o dirigente passou a última noite na triagem da Polícia Federal, no bairro de Benfica, na região central da cidade do Rio de Janeiro. O advogado, que defendia a CBDA até a intervenção determinada pela Justiça, diz que não tem conhecimento do paradeiro de Ricardo de Moura, que é defendido por outro advogado. Franklin, porém, negou que o ex-superintendente da CBDA esteja foragido. Segundo ele, a Polícia Federal bateu na casa da ex-mulher de Moura, não na residência dele.