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Comissão de Esportes sugere criação de CPI para investigar confederações

Sessão da Comissão de Esportes foi acompanhada pela nadadora Joanna Maranhão - Assessoria/Arnaldo Jordy
Sessão da Comissão de Esportes foi acompanhada pela nadadora Joanna Maranhão Imagem: Assessoria/Arnaldo Jordy

Do UOL, em São Paulo

18/04/2017 13h34

O deputado federal Arnaldo Jordy (PPS/PA) sugeriu nesta terça-feira a criação de uma Comissão Permanente de Inquérito (CPI) para investigar a utilização de verbas públicas por parte das confederações esportivas brasileiras. A sugestão veio ao fim de uma audiência pública da Comissão de Esportes, convocada a partir de requerimento de Jordy, membro da Comissão.

“É cada vez mais crescente a necessidade de uma CPI. Já temos um conjunto de confederações, de hipóteses, várias investigações do TCU. Não é só para apurar as fraudes e as irregularidades eventualmente praticadas, mas para estabelecer um novo paradigma em gestão de esporte no Brasil”, disse o deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA), que presidiu a mesa.

A audiência pública foi realizada inicialmente para discutir a situação da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, envolvida em suspeitas de corrupção. Assim, diversos dos convidados tinham relação com os esportes aquáticos, como o atual interventor da CBDA, o advogado Gustavo Licks, o superintendente da CBDA Ricardo Prado, a nadadora Joanna Maranhão e Hugo Parisi, dos saltos ornamentais.

A sugestão de criar uma CPI aconteceu depois de Ismar Barbosa Cruz, secretário de Controle Externo da Educação, Cultura e do Desporto do Tribunal de Contas da União (TCU) relatar a conclusão de um relatório feito pelo TCU no fim do ano a partir de contas apresentadas por diversas confederações.

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, não esteve presente à audiência pública. Pela manhã, ele teve reunião com o presidente Michel Temer e, depois, recebeu diversos parlamentares, entre eles Zeca Dirceu. Já o Comitê Olímpico do Brasil (COB) foi representado por Adriana Behar, Gerente Geral de Planejamento e Relacionamento com as Confederações.

No início de abril, a Polícia Federal prendeu três pessoas e encaminhou outras cinco de forma coercitiva para unidades da polícia no Rio de Janeiro e São Paulo. A Operação Águas Claras investiga desvio de verbas públicas que foram repassadas para a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).

Os presos são Coaracy Nunes Filho, que deixou a presidência da entidade há duas semanas, depois de encerrado seu mandato, o diretor financeiro da entidade, Sérgio Ribeiro Lins de Alvarenga, e o coordenador de polo aquático, Ricardo Cabral. O gerente de natação, Ricardo de Moura, considerado o braço-direito de Coaracy, é o alvo do quarto mandado, mas está foragido.
 
Todos os detidos estavam no Rio de Janeiro e integravam a cúpula da entidade que rege a natação, polo aquático, nado sincronizado, saltos ornamentais e maratona aquática. Com Coaracy afastado, a CBDA é presidida interinamente pelo interventor judicial Gustavo Licks.
 
Coaracy responde a processo 0020642-46.2016.4.03.6100 na Justiça Federal por ter supostamente desviado R$ 42,3 milhões em recursos públicos.