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Phelps diz que maior desafio de nadar contra tubarão foi encarar água fria

Michael Phelps, nadador americano, aponta para a torcida no pódio dos 200 m medley na Rio-2016 - Adam Pretty/Getty Images
Michael Phelps, nadador americano, aponta para a torcida no pódio dos 200 m medley na Rio-2016 Imagem: Adam Pretty/Getty Images

Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo

11/07/2017 13h00

Michael Phelps, 32, já esteve em cinco edições de Jogos Olímpicos. Frequentou o pódio 28 vezes, com direito a 23 ouros, recorde na história do evento. Também detém o maior número de vitórias em apenas uma edição (oito em Pequim-2008). Quase um ano após a Rio-2016, sua segunda jornada de aposentadoria, o norte-americano ainda coleciona desafios. Ele foi convidado por um programa de TV dos Estados Unidos a nadar contra um tubarão branco – a atração será exibida no Brasil no dia 24 de julho. A atração já foi gravada e impôs ao atleta uma enorme questão. Não por dividir o mar com um predador extremamente ágil, porém. Phelps tem medo é de água fria.

“Você pode ver [no vídeo] como eu estava focado em tentar me preparar para a água gelada que estava na minha frente. Porque 12ºC [temperatura em que a competição foi realizada] é bem diferente de 26ºC [temperatura das piscinas em eventos internacionais]. É muito mais frio. Eu sou alguém que realmente não gosta de água fria. Essa foi a parte mais difícil para mim”, explicou o nadador em entrevista coletiva global realizada por telefone – o UOL Esporte foi o único veículo brasileiro convidado.

A participação de Phelps é a maior atração na edição 2017 da Shark Week (“Semana do tubarão”, em tradução livre), conjunto de atrações produzidas pela rede fechada Discovery Channel cujo foco é sempre o animal. A programação é exibida desde 1988 e atualmente é distribuída a 72 países – o Brasil, inclusive.

Na edição 2017, o nadador participará de dois programas. O primeiro será “Michael Phelps: escola de tubarões”, exibido na TV brasileira às 23h10 do dia 23 de julho (horário de Brasília). A atração exibirá o atleta como aluno de um curso ministrado por especialistas em tubarões – as aulas aconteceram nas Bahamas. No dia seguinte, no mesmo horário, o atleta vai competir contra um tubarão branco, animal que nada em velocidades próximas de 40 km/h e pode atingir 70 km/h quando persegue presas.

A mecânica da competição entre Phelps e o tubarão é mantida em sigilo. O duelo foi gravado na costa da Cidade do Cabo, na África do Sul, e havia 15 mergulhadores em volta.

“Basicamente, traçamos uma linha reta onde eu estava nadando e com toda pesquisa que se faz sobre tubarões nós tentamos ver quão rápido ele se moveria naquela rota”, adiantou Phelps. “Para mim, como nadador, eu obviamente sei em que velocidade consigo nadar 100 metros. Eu queria ver como seria isso contra um tubarão branco ou quatro outros tubarões no oceano”, completou.

O curioso é que Phelps diz ser apaixonado por tubarões. “Eu sou provavelmente um dos maiores nerds sobre o assunto. Eu amo animais. Esse é um sonho virando realidade e algo que sempre quis fazer. Então, quando tive oportunidade de participar, fui o primeiro a dizer sim. Eu assisto à Shark Week em todos os anos. Nessa época da temporada, normalmente eu estava viajando para alguma competição. Então, era muito relaxante e me acalmava ver um pouco mais sobre tubarões”, contou o nadador.

Essa relação emocional com tubarões foi a resposta de Phelps ao ser questionado sobre o modelo de negócio da atração: “É louco ver como diferentes tipos de tubarões têm diferentes formatos, diferentes tipos de peles. É louco ver como eles se comportam, e ver algo assim e depois nadar contra o tubarão branco é completamente diferente. Um tubarão branco é diferente de um tubarão martelo. Ver quão grande ele é e como ele se move pela água foi incrível”.

Phelps estreou em Jogos Olímpicos em Sydney-2000 e se tornou profissional no ano seguinte. Teve uma carreira prolífica até Londres-2012, quando decidiu se aposentar. Depois disso, priorizou questões pessoais, admitiu cansaço e falou até sobre traumas desenvolvidos pela relação com a água. Ainda assim, contudo, voltou às piscinas a tempo de brilhar na Rio-2016 e se despedir mais uma vez.

Depois disso, Phelps tem nadado cerca de uma milha (1,6 km) por semana. Mas a rotina tem sido feita mais em ritmo de descanso, como uma ferramenta para desopilar.

Participar dos programas do “Discovery Channel”, portanto, foi uma forma de Phelps lidar com duas paixões (a natação e os tubarões). Também abriu um campo novo para o ex-nadador, que por ora não fala sobre a possibilidade de investir em uma carreira na TV.

Phelps só tem certeza de que vai repetir a experiência com tubarões: “Acho que essa história foi só o começo”.