Vários esportes de verão do Brasil nunca tiveram, em nível olímpico no Brasil, resultados tão bons quanto os esportes de neve têm conseguido nesses últimos meses. Em 31 de março, Noah Bethonico ficou em 9º lugar na prova do snowboard cross no Mundial Júnior de Snowboard, disputado na Suíça, mesmo sendo o segundo atleta mais jovem da competição. Nas quartas de final, o brasileiro de 18 anos chegou a vencer o alemão que viria a ser campeão. Recentemente, outro brasileiro, Sebastian Bowler, fez dois resultado top 10 no Mundial Júnior de Esqui Estilo Livre. Ippon de David Moura, agora na política David Moura, que se aposentou do judô no ano passado e vem tocando o Instituto Reação junto de Flávio Canto, foi anunciado na semana passada como secretário adjunto de Esportes do Mato Grosso. Natural de Cuiabá, ele ocupa o cargo que era do ex-técnico de natação Jefferson Neves, promovido a secretário. Entrando na política, David segue o caminho de Rogério Sampaio, Aurélio Miguel, Tiago Camilo, João Derly e outros ex-judocas. Avancini e MTB são fenômenos no Brasil Henrique Avancini é um fenômeno. O mountain bike no Brasil é um fenômeno. Duvida? Assista ao vídeo da chegada dele em um modesto 12º lugar na etapa de Petrópolis (RJ) da Copa do Mundo da modalidade, que marcou o retorno do Brasil à elite do calendário internacional após 17 anos. "Foi o momento mais especial, intenso e marcante da minha carreira", disse Avancini. Vou além: poucos atletas tiveram momentos tão intensos na carreira. Derrapada do skate olímpico Penso que a Confederação Brasileira de Skate (CBSk) está errada ao sacar Kelvin Hoefler da seleção por ele não ter concordado com as contrapartidas cobradas de todos os atletas. A seleção existe por motivos técnicos, e o dinheiro é consequência. Kelvin é dos melhores do mundo e a CBSk deveria incluí-lo na seleção para acompanhá-lo de perto e dar a ele o suporte necessário, usando para isso outros recursos que não os da Caixa, ainda que não pague salário a ele como paga aos demais. Letícia Bufoni também não entrou na seleção, porque não quis. Tinha resultados para isso. Diz ela que vai cuidar da vida pessoal este ano e, ano que vem, volta à seleção. Vejo um problema, porém: a seleção deve seguir critérios técnicos. Letícia saiu da seleção porque quis. Para voltar, precisa ter resultados. Sua volta precisa depender deles. Menos é mais no vôlei em Paris Uma equipe de vôlei precisará fazer dois jogos a menos do que em Tóquio para ser campeã olímpica em 2024. A FIVB divulgou o formato de competição das Olimpíadas de Paris, com três grupos de quatro equipes, e não mais dois hexagonais na primeira fase. Com isso, cada equipe fará três jogos antes das quartas de final, e não cinco, jogando dia sim, dia não. Haverá mais tempo de descanso, o que é bom para os atletas, sem reduzir a receita com ingressos. Continuam sendo três sessões por dia, mas agora nem todas serão com rodada dupla. Verde e amarelo na natação O nadador Stephan Steverink, de 17 anos, vai defender o Brasil pelo menos até 2024. Classificado para o Mundial de Esportes Aquáticos de Budapeste, que será disputado em junho, o garoto de dupla nacionalidade tinha planos de, terminando o ensino médio, mudar-se para os EUA ou para a Holanda, terra do seu pai, para estudar medicina paralelamente aos treinos e talvez representar o país europeu. No Brasil, a família entende que isso é inviável. Stephan vai permanecer no país, agora treinado por Carlos Matheus, o Carlão, ex-treinador do Corinthians, e competindo pelo Brasil. Roupa nova no atletismo Depois de 11 anos vestindo Nike, o atletismo brasileiro viu o contrato não ser prorrogado pela gigante norte-americana no ano passado. Mas tudo bem. Na semana passada, a CBAt assinou um contrato ainda maior com a Puma, até o fim de 2024, por cerca de R$ 10 milhões em enxoval e bônus por performance. A empresa alemã tem no seu portfólio seleções como a Jamaica e atletas como Usain Bolt e o recordista mundial do salto com vara Armand Duplantis. O fenômeno Paulo André, com mais de 6 milhões de seguidores no Instagram, e que usará Puma quando competir pelo Brasil (embora tenha patrocínio pessoal da Nike), não influenciou nas negociações, fechadas antes do BBB. COB em banho-maria A semana deveria ser agitada no COB. Amanhã é dia de assembleia, onde Paulo Wanderley deveria ser cobrado pela injustificável demissão de Jorge Bichara para promover pessoas próximas à sua família. Mas anota aí: ninguém vai se rebelar. Alguma emoção, talvez, só na eleição para o Conselho de Ética. Joanna Maranhão deve ganhar uma cadeira como membro não independente (porque ela é uma ex-atleta de natação, não por estar aliada a alguém). O advogado Alberto Murray tenta voltar como membro independente, mas sua reeleição parece difícil. |