O recorte da jogada envolvendo duas jogadoras brasileiras de vôlei me chamou atenção enquanto rolava o feed do Twitter, esta semana. Em uma quadra típica de Jogos Regionais, Ana Cristina amortece bem o saque, Macris recebe na mão e levanta na entrada de rede para a própria ponteira, que ataca para baixo, por cima do bloqueio, e crava a bola um metro à frente da defensora. Um espetáculo. O lance aconteceu no Campeonato Turco, e foi só um dos lances de Ana Cristina que viralizaram nas últimas semanas. Não à toa. Não há nenhum atleta do Brasil desequilibrando tanto nas "Champions Leagues" da Europa quanto a jogadora de 18 anos, que incomodou a comissão técnica da seleção ao recusar a convocação para o Mundial do ano passado para se apresentar mais cedo ao Fenerbahçe. No jogo que selou a classificação do Fener à semifinal da Champions, Ana Cristina marcou impressionantes 29 pontos. O Conegliano, da Itália, venceu por 3 a 2, mas o time turco passou porque havia vencido por 3 a 0 na ida, com 16 pontos da brasileira. Na semifinal, o Fener, de Ana Cristina e Macris, vai pegar o VakifBank, outra equipe de Istambul e atual campeã, onde joga a brasileira Gabi, que foi a MVP da edição passada da Champions. É certo que teremos ao menos uma jogadora brasileira na final, que ainda pode ter outra equipe turca, o Eczacibasi, que pega o italiano Novara na outra chave. O streaming tem permitido que cada vez mais o torcedor brasileiro acompanhe o que acontece no vôlei da Turquia, e a tendência é esse movimento aumentar. Afinal, toda a base da seleção brasileira estará lá a partir do segundo semestre de 2023. José Roberto Guimarães ainda não anunciou oficialmente, mas vai treinar o THY, uma equipe que hoje briga para ser a quarta força da Turquia (e, com isso, conseguir uma vaga na Champions) e que pretende entrar pesado na briga pelo posto de melhor da Europa e do mundo. O técnico da seleção brasileira vai levar com ele pelo menos duas jogadoras da seleção brasileira: a central Diana, de 24 anos, há quatro no Barueri, e a ponteira Julia Bergmann, 22, que saiu cedo do Brasil para estudar nos EUA. As duas têm em comum a inexperiência na Europa e a falta de cancha em grandes partidas. Ambas jogaram a Liga das Nações, mas, assim como Ana Cristina, ficaram fora do Mundial. Diana para fazer uma cirurgia na face; Julia, para terminar a faculdade. Na Turquia, Zé estará perto da maior parte da equipe-base para Paris-2024: Macris, Diana, Gabi, Ana Cristina e Julia. Rosamaria joga na Itália, por onde passa, também, o futuro de Carolana, que vai sair do Praia Clube. Com a grave lesão de Carol Gattaz, abre-se uma vaga na posição de central para a temporada da seleção brasileira em 2023, mas a veterana, aos 42 anos, vai querer voltar para ir a Paris em 2024. Na Superliga, a briga pelo título está aberta. Não só porque o Praia tem histórico de falhar em decisões e pelo desfalque do Minas. Mas principalmente porque o torneio nunca foi tão equilibrado. Faltando uma rodada, só quatro vitórias separam o segundo do sétimo colocados. E o líder (Praia) vem de derrota para o oitavo (Barueri). PUBLICIDADE | | |