A seleção brasileira masculina de polo aquático venceu a Argentina por 14 a 12, e, assim como a equipe feminina, chegou ao vice do Campeonato Pan-Americano e conseguiu vaga no Mundial que será disputado em Fukuoka (Japão), em julho. O Canadá ficou com ambos os títulos. Acontece que é bem possível que o Brasil não vá ao Mundial. Por mais que a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) seja a entidade com maior repasse do COB em 2023, ela tem que cuidar de cinco modalidades olímpicas e o cobertor é curto. Se é para investir em polo aquático, melhor que seja com o objetivo de tentar a vaga olímpica pelos Jogos Pan-Americanos de Santiago. E, se a grana é pouca, é preferível investir em um bom camping de treinamento do que em uma viagem até o outro lado do mundo para possivelmente perder todos os jogos. Entendo a lógica e concordo com ela. Mas é óbvio que é um cenário triste, causado pela falta de investimento privado. Até julho, não duvido que uma vaquinha seja lançada, alguma boa alma se ofereça para custear a viagem ou parte dela, e no fim as equipes joguem o Mundial. Mais um band-aid tapando uma cratera. Vela brasileira cada vez mais depende de Martine e KahenaFoi só uma vez, desde 1976, que a vela não deu medalha ao Brasil nos Jogos Olímpicos. Mas o número por edição vem caindo. Foram três em 1996, duas em 2000, 2004 e 2008, e só uma nas últimas três edições das Olimpíadas. Em Marselha, onde vão acontecer as provas de vela de Paris-2024, não deverá ser diferente. No sábado, Martine Grael e Kahena Kunze mostraram que seguem no topo do mundo, mesmo tendo ficado fora do pódio do Mundial de 49erFX do ano passado. Venceram o tradicional Troféu Princesa Sofia, na Espanha, com boa vantagem sobre o barco holandês campeão mundial, e deixaram claro que vão buscar o tri olímpico. O torneio, porém, também mostrou que as chances de medalha em Marselha param aí. De resto, a melhor campanha de um brasileiro foi o 11º lugar de Bruno Lobo na Fórmula Kite. Na Nacra, o barco de João Siemsen e Marina Arndt foi 27º. Na Laser, em que o Brasil tem enorme tradição, ficou em 132º lugar com Pedro Madureira — no feminino, Gabriela Kidd foi 75º. Não há como negar que, hoje, a vela brasileira é muito dependente de Martine e Kahena. Yuri Mansur se destaca com bom resultado no hipismo saltosYuri Mansur alcançou no fim de semana a melhor campanha de um cavaleiro brasileiro na Final da Copa do Mundo de Saltos em duas décadas. Montando Vitiki, ele terminou o torneio em Omaha, nos EUA, na quarta colocação, desempatado da medalha de bronze pelo tempo. Número 49 do ranking mundial, Yuri se colocou entre os grandes no evento que é o principal da temporada no hipismo. O conjunto com Vitiki já havia sido terceiro em Amsterdã e quarto em Leipzig. O animal, um cavalo da raça Hanoveriano, quase teve sua carreira encerrada precocemente em 2018. Sofreu um acidente grave em uma competição na Alemanha, precisou passar por uma cirurgia, e recebeu prognóstico de que dificilmente voltaria a saltar acima de um metro. |