O conjunto brasileiro de ginástica rítmica conquistou sua primeira medalha de ouro em uma etapa do circuito mundial. Ontem (7), ganhou a prova de cinco arcos do Challenger de Portimão (Portugal), que tem mesma relevância das Copas do Mundo, embora outra nomenclatura. Superou, entre outros, Espanha e Itália. O resultado é ótimo, mas o Brasil tem ficado cada vez mais distante dos melhores no chamado all-around, a prova olímpica, que é a soma das notas das duas apresentações que fazem parte do programa (cinco arcos e mista). Após cinco etapas do circuito, tem 29,0 como melhor nota na prova mista. Pegando o melhor de cada país no circuito até aqui, quem tem a maior somatória é a China, com 70,5. Depois aparecem Israel (69,6), Bulgária (66,6), Itália (66,4), Azerbaijão (65,8), Ucrânia (65,3), Espanha (64,9), Polônia (64,5) e, enfim, Brasil e França (64), em nono lugar. Claro que eventos diferentes têm bancas diferentes e critérios diferentes. As notas em Baku foram exageradamente altas, e o Brasil não competiu lá. Mas vale como parâmetro. Judô feminino, em nova fase no Mundial de DohaOs últimos 12 anos foram maravilhosos para o judô feminino do Brasil. Com Sarah Menezes, Erika Miranda, Ketleyn Quadros, Maria Portela, Mayra Aguiar e Maria Suelen, o país ganhou de tudo. Mas essa fase da história está perto de acabar. Das sete atletas citadas, só três seguem competindo, sendo que apenas Rafaela e Ketleyn estão no Mundial que começou no domingo, em Doha — Mayra se poupou. Da nova geração, Bia Souza é a única no top 10 do mundo. Aos 24 anos, tem duas medalhas de Mundiais, está consolidada. As outras correm atrás, e têm no Mundial grande chance de mostrar serviço. Daí a importância do sétimo lugar de Amanda Lima (48 kg) no primeiro dia de competições. Hoje quem luta é Larissa Pimenta, que foi sétima no ano passado e tem uma Olimpíada no currículo. Jessica Lima fará seu segundo Mundial, enquanto Ellen Froner vai estrear. Todas têm entre 23 e 24 anos. Não são novinhas como eram Rafaela, Sarah e Mayra quando conquistaram a primeira medalha. Mas nunca é tarde para chegar lá. No atletismo, bons resultados na marcha e nos 800 mCaio Bonfim fez, de novo, o índice olímpico da marcha atlética 20 km. Em ótima fase, ele foi prata na etapa de Rio Maior (Portugal) do circuito mundial, uma das mais importantes do calendário, terminando à frente do japonês Yamanishi, bronze olímpico em Tóquio-2020. Erica Sena foi sétima na prova feminina, a 28s do índice olímpico. Viviane Lyra, especialista em provas mais longas, também foi muito bem: baixou um minuto e meio seu personal best, para 1h30min57. Isso é importantíssimo para o Brasil, já que em Paris-2024 haverá uma prova mista, com dois homens e duas mulheres marchando 10 km cada. Ainda falta, porém, um segundo homem abaixo de 1h20. Matheus Correa tem se aproximado: ele fez 1h22min40 como convidado do Campeonato Argentino. Ainda sobre atletismo: a CBAt tem acertado em fazer diversas competições no país, inclusive em parceria com CBDU e CPB, o que reduz os custos. Os bons resultados são raros entre tantas provas, mas aparecem. E o melhor deles foi o de Eduardo Moreira, o Dudu, que fez a marca que vale a liderança do ranking mundial dos 800 m: 1min45s10. O resultado foi obtido ontem, em Bragança Paulista. A prova é a mais tradicional do atletismo brasileiro, que agora tem um meio-fundista de 22 anos para apostar. Atleta do Pinheiros, Dudu já melhorou em um segundo e meio seu recorde pessoal este ano, mesmo correndo só no Brasil, contra atletas mais fracos. A ver o quanto ele pode crescer competindo contra caras melhores no exterior. Nathalie Moellhausen: mais uma medalha na esgrimaNathalie Moellhausen vive fase mágica. A veterana, que já havia vencido duas etapas do circuito mundial este ano, em Doha e em Barcelona, ontem foi medalhista de bronze no Grand Prix de espada em Cali, na Colômbia, primeiro evento válido para a corrida olímpica que vai terminar no ano que vem. Das 25 primeiras do ranking mundial, 24 estavam na competição. A brasileira, que quase não competiu em 2022, é por enquanto a nona colocada do ranking, e deve subir na próxima atualização. Aos 37 anos, ela sonha com a primeira medalha olímpica. |