| | Sesi Franca e Unifacisa, no jogo 4 das quartas de final do NBB, em Franca | Marcos Limonti/Franca |
| | | | CBB só não destroi o basquete brasileiro porque não tem tanta força | | No que dependesse da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), o basquete masculino do Brasil estava enterrado: os melhores jogadores do país, inclusive a base que vai para o Mundial, estariam desempregados, e os clubes estariam de portas fechadas. A sorte é que ela não é tão poderosa quando seu presidente acha que é. A rejeição ao fim da chancela do Novo Basquete Brasil (NBB), que deixa de ser o "campeonato brasileiro masculino de basquete", só não é unânime na comunidade do basquete porque menos de duas dúzias de presidentes de federações onde não existe basquete profissional a respaldam. E o fazem sob influência de Guy Peixoto, o riquíssimo presidente da CBB, elogiado por colocar dinheiro próprio na confederação. O cartola, porém, parece ter se convencido de que isso dá a ele o direito de fazer o que bem quer com o basquete brasileiro. Todo mundo é contra o fim da chancela ao NBB, mas ele acha uma boa ideia, então é assim que será. O movimento da CBB até seria justificável se feito de forma planejada. Se a confederação oferecesse aos clubes a opção de disputar um torneio mais bem estruturado, mais rentável, com mais visibilidade. O que a CBB faz, porém, é dizer que o NBB é um campeonato pirata e que o "oficial" é uma competição irrelevante. Aos clubes que bancam o basquete brasileiro foram dadas duas opções. Se juntar a um torneio de três meses, contra rivais semi-amadores, onde uma equipe pode ser eliminada com apenas oito jogos, com transmissão só pelo canal de Youtube da confederação, ou disputar uma competição 'pirata', mas que tem 32 rodadas, por toda a temporada, com espaço no SporTV, na ESPN e na TV Cultura, e que, com seus defeitos e qualidades, está sendo pensada e desenvolvida há 15 anos. É como aquele velho programa de televisão em que o apresentador pergunta se o participante quer trocar uma televisão por um saco de batatas. E o coitado, com os ouvidos tampados, só grita "siiiim". A diferença é que os clubes não estão no escuro, nem rasgam dinheiro. Eles obviamente disseram 'não'. A CBB ignorou o 'não' uníssono dos clubes brasileiros. Forçou a troca, mesmo assim. Decidiu que o NBB agora é um torneio 'não-oficial' e que o campeonato que vale é o Brasileiro dela. E o público, os patrocinadores, a imprensa, que aceitem que o importante é o campeonato que tem como finalistas os três últimos do Campeonato Paulista, não o que conta com todos os oito primeiros deste mesmo estadual. A confederação tem a sorte de não ser levada a sério. Na prática, nada vai mudar. Ela vai insistir, em seus canais de comunicação, na falsa grandiosidade do seu campeonato, enquanto toda a atenção estará com o NBB. Vai continuar sendo o NBB o sonho de consumo dos jogadores e também dos clubes que jogam o tal Brasileiro. Continuará ser o NBB a aparecer na TV, lotar ginásio, e formar a base da seleção. Menos mal assim. PUBLICIDADE | | | | | Rodrigo Pessoa salta com Major Tom em La Baule | Luis Ruas/CBH |
| | | | A boa nova de Rodrigo Pessoa | A coluna Olhar Olímpico trouxe, no sábado, uma reportagem sobre o bom momento vivido pela equipe de hipismo saltos. No domingo, Rodrigo Pessoa confirmou essa ótima fase ficando em quarto no GP Rolex de Aachen (Alemanha), o mais tradicional da modalidade, diante de 40 mil pessoas nas arquibancadas e camarotes. É o equivalente, para hipismo, ao que Wimbledon é para o tênis. Como contou a reportagem (leia aqui), Rodrigo, aos 51 anos, tem agora o seu melhor cavalo desde Baloubet du Rouet, o 'Pelé dos cavalos', com quem foi tricampeão da Copa do Mundo, campeão olímpico em 2004, e protagonista dos Jogos de Sydney, quando o animal refugou três vezes e perdeu uma medalha de ouro dada como certa. Major Tom tem só 10 anos e é um garoto em um esporte onde os cavalos só podem competir em eventos deste nível a partir dos nove. Em três competições de primeira linha na Europa, fez sempre "duplos zeros" — ou seja, passou sem faltas pelas duas pistas. Nas duas primeiras, ajudou o Brasil a ganhar um ouro e uma prata em Copas das Nações. Deu uma passadinha em casa, em Nova York, e voltou com tudo para Aachen. Na Alemanha, o conjunto fez mais uma duplo zero, classificando para um desempate contra outros quatro. Aí, vence quem for mais rápido sem derrubar obstáculos. Rodrigo e Major Tom cometeram uma falta e terminaram em quarto, atrás de três alemães. Mas garantiram um prêmio de 150 mil euros. Yuri Mansur, o outro brasileiro convidado para Aachen, ficou em 15º com Miss Blue, uma égua de criação brasileira que também está voando aos 10 anos. O conjunto venceu o segundo principal GP do evento, faturando uma premiação de 50 mil euros. Desta vez, porém, o Brasil não estava entre os convidados para a Copa das Nações. | | | Camilla Gomes, da ginástica de trampolim | Ricardo Bufolin/CBG |
| | | | Uma pirueta, duas piruetas; bravo, bravo! | A ginástica brasileira também vive momento mágico, e não só por ter Rebeca Andrade. E o fim de semana mostrou isso. No trampolim, Camilla Lopes ganhou a prata na Copa do Mundo de Santarém (Portugal), melhor desempenho da história do país na modalidade. E, na ginástica rítmica, Geovanna Santos e Maria Eduarda Alexandre protagonizaram a disputa de mais alto nível que o Brasil já viu — e o UOL transmitiu. No trampolim, Camilla só foi superada, em Santarém, pela atual campeã olímpica, uma chinesa. Com a melhor nota da carreira, a brasileira deixou para trás inclusive a medalhista de bronze do último Mundial, outra chinesa. Aos 29 anos e em um auge tardio da carreira, Camilla mostrou ter nível para brigar por medalha mundial (seria prata na edição do ano passado com essa nota) e olímpica. E isso passa por ser regular, não errar em grandes competições. Por enquanto, está conseguindo. Cravou a série em Baku (ouro na Copa do Mundo), em Monetrrey (ouro no Pan) e em Santarém. Só falhou no Brasileiro. Na rítmica, o Brasileiro foi neste fim de semana, não contou com a presença de Bárbara Domingos, também atual campeã pan-americana e medalhista em Copa do Mundo, mas teve um show de Geovanna e Maria Eduarda. Jojô, de 21 anos, venceu, com pontuação na casa de 132 pontos no individual geral. Como comparação, Babi fez 121 no Brasileiro do ano passado para levar o ouro. Jojô foi à Olimpíada de Tóquio no conjunto e, depois da competição, optou por voltar ao individual. Desde então tem sido o segundo nome da seleção, tanto que foi prata no Pan. Agora, ela e Babi ganham a concorrência de Maria Eduarda, que estreou este ano na categoria adulta, tem só 16 anos, e já fez 131 pontos no Brasileiro. Se não tivesse derrubado a maça ou a fita, ficaria com o título. O Mundial de Valência, no fim de agosto, classificará 14 ginastas para a Olimpíada e as três brasileiras têm totais condições disso. O problema é que cada país pode ter só duas atletas em Paris. E, antes, duas disputando o individual geral no Mundial. Caberá à comissão técnica dizer qual das três será preterida. A atual campeã pan-americana, a atual vice-campeã pan-americana e campeã brasileira, ou a maior revelação que este país já teve. | | | Alison dos Santos comemora após vencer o título mundial dos 400m com barreiras | Steph Chambers/Getty Images |
| | | | É preciso correr | O primeiro semestre já acabou, boa parte do calendário de grandes meetings do atletismo já foi cumprido, e ainda é possível contar nos dedos das mãos os bons resultados de brasileiros em provas que não de rua este ano. Não que o Brasil não tenha atletas que podem brigar por medalha no Mundial de Budapeste, em agosto. Mas Alison dos Santos está machucado (ele deve voltar em Mônaco, dia 21), Darlan Romani ainda não abriu a temporada (o fará no Troféu Brasil) e Thiago Braz só fez sua primeira competição no domingo, saltando só 5,62m em Estocolmo. Almir Junior machucou na estreia da temporada e não voltou. Mesmo outros destaques não estão bem. Medalhista do último Mundial, Letícia Oro é só a 92ª do ranking mundial do salto em distância. Rafael Pereira, figurinha constante na Diamond League, não corre os 110m com barreiras abaixo de 11s40 desde abril. Na prova mais forte do país, ele fechou a temporada passada em 13º do ranking, com Gabriel Constantino em 20º e Eduardo de Deus em 25º. Hoje eles são só 34º, 96º e 48º, respectivamente. Motivos para comemorar são poucos, e não colocam ninguém (ao menos ainda) na briga por coisas grandes. Tatiane Raquel e Simone Ferraz aparecem em 20º e 39º lugar, respectivamente, no ranking mundial dos 3.000m com obstáculos, enquanto Izabela Silva e Andressa Morais estão em 19 e 30º no disco. Entre os homens, Renan Gallina ficou a 0s01 do recorde brasileiro dos 100m, e Eduardo Ribeiro, o Dudu, chegou a liderar o ranking mundial dos 800m. No dardo, Pedro Henrique Rodrigues é 14º, e Luiz Maurício o 23º. | |