| | Endrick e Jhon Kennedy no jogo do Brasil contra a Bolívia, pelo Pré-Olímpico | Joilson Marconne/CBF |
| | | | Clubes e Ramon põem em risco sequência de pódios olímpicos | | Esta é uma newsletter sobre esporte olímpico, e hoje é dia de falar do mais famoso deles: o futebol. Ainda que parte da opinião pública trate o torneio masculino dos Jogos Olímpicos como algo desinteressante, menor, ele vale uma medalha importante no quadro e tem grande peso na carreira de muitos jogadores. Em Tóquio, por exemplo, o bom desempenho de Bruno Guimarães o ajudou a chegar à seleção principal e à Copa do Mundo. Richarlison virou camisa 9 de Copa do Mundo, onde teve a companhia de Antony. Eu estava no jogo do ouro e posso dizer que aquele foi um momento único na carreira de cada um dos jogadores que estavam ali. Dos que se firmaram (Paulinho e Nino, por exemplo) e dos que sumiram (que fim levou Ricardo Graça?). Nem a Conmebol, nem a CBF, nem os clubes, porém, levam o torneio a sério. A federação sul-americana mostra isso marcando o Pré-Olímpico para um período em que os clubes não são obrigados a liberarem seus jogadores. A CBF não faz grande esforço para ter os melhores à disposição. E os clubes jogam para a torcida. Um exemplo é o São Paulo, só para ficar no campeão do fim de semana. Pablo Maia e Wellington tinham idade para ir ao Pré-Olímpico, mas sequer foram convocados, já que não seriam liberados. A CBF fez o favor de só chamar Patryck, lateral reserva, que também não foi liberado. Ficou em São Paulo, e não entrou em campo pelo clube, nem quando Wellington estava exausto. De corte em corte, de ausência em ausência, a seleção foi à Venezuela cheia de desfalques, mas contando com dois ótimos atacantes: John Kennedy e Endrick. Craque, e de enorme potência física, o menino do Palmeiras (liberado por ordem do Real Madrid), só jogou os 90 minutos na estreia, contra a Bolívia. Saiu no intervalo contra a Venezuela, e nem no desespero contra o Paraguai, ontem, ficou até o fim. No primeiro tempo, perdeu um pênalti. Faltando dois jogos, o Brasil ainda pode conseguir duas vitórias e se classificar à Olimpíada, terminando entre os dois primeiros do quadrangular que também tem Venezuela e Argentina. Mas, pelo futebol mostrado pelos comandados de Ramon Menezes, a vaga parece depender de um milagre. Sem a seleção de futebol masculino, o Time Brasil perde muito. Perde um time que ganhou medalha nas últimas quatro Olimpíadas, e vem de dois ouros. Como já escrevi em outro texto, as chances de ouros do Brasil em Paris não são muitas, e terminar no top10 do quadro de medalhas é improvável. Sem a "seleção", ainda menos provável. PUBLICIDADE | | | | | CBDA |
| | | | Brasil tem começo ruim em Doha | O Mundial de Esportes Aquáticos em Doha (Qatar) tem servido de vitrine para um problema crônico do esporte brasileiro: enquanto há evolução na ponta da pirâmide, que recebe investimentos, quem já estava longe do topo passa a ficar ainda mais distante. Nas águas abertas, Ana Marcela Cunha foi quinta colocada e Viviane Jungblut, em 14º, também teve sua vaga olímpica confirmada hoje. Mas, no masculino, o melhor brasileiro foi só 34º colocado. Desde 2011 o melhor do país não tinha um resultado tão ruim. No nado artístico, o dueto abriu o Mundial em 25º na rotina técnica, quase empatado com o Peru e bem atrás de Chile e Colômbia. De terceira ou quarta força das Américas, agora luta para ser a sétima. O conjunto só terminou na frente de Costa Rica e África do Sul na mesma rotina, em 15º. Na acrobática, foi último, em 19º. Até Macau e Tailândia foram melhores que uma equipe que foi finalista mundial em 2015. Nos saltos, a coisa também foi. A dupla Luis Moura/Rafae Borges foi 22ª no trampolim sincronizado, e Giovana Pedroso terminou em um modestíssimo 38º lugar na plataforma. Hoje mais cedo, Luis Felipe Moura (46º) e Rafael Max (48º) perderam cerca de 100 pontos na comparação com o que fizeram no Troféu Brasil na plataforma. Difícil de entender e explicar. Ingrid Oliveira e Isaac Souza, já classificados a Paris, não foram ao Mundial. | | | Pablo Vaz/ CBSk |
| | | | Olimpílulas | - Começou muito movimentada a temporada nacional do skate. Kalani Konig foi muito bem no STU Florianópolis, voou nas eliminatórias tanto do skate quanto do park, mas de novo não ganhou — terminou as duas em quarto. No park, ouro para o garoto Dan Sabino, 15, que já havia sido campeão nacional em dezembro, enquanto Pedro Barros, Augusto Akio e Kalani foram separados por 0,3 pontos. No feminino, o trio olímpico (Yndiara, Dora e Isa, na ordem) deixou para trás as novinhas. Raicca não competiu. No street, o torneio foi bem esvaziado. Ivan Monteiro e Carla Karolina venceram. - O Grand Slam de Paris não foi bom para o judô brasileiro. Desfalcado de três nomes, todos de peso (Bia, Mayra e Cargnin), o Brasil não ganhou nenhuma medalha. Fez um quinto lugar, com Rafael Macedo, e dois sétimos, com Rafaela Silva e William Lima. Guilherme Schmidt, que é quarto do mundo, perdeu logo na segunda rodada. Baby, na estreia. - Já classificado para as Olimpíadas, Matheus Isaac foi 31º colocado no Mundial da classe IQFoil, que substitui a RS:X no programa olímpico. Considerando um barco (prancha à vela, na verdade) por país, ficou em 15º. Não é um ótimo resultado, mas indica que ele pode brigar por ir à medal race em Paris (na verdade, em Marselha). No feminino, Giovanna Prada foi 62ª e, Bruna Martinelli, a 77ª. - No mesmo caminho de Giovanna Prada (filha do Bruno Prada) está Erik Scheidt, filho de Robert Scheidt. O problema é que o garoto tem competido pela Lituânia. Falei com pai e filho, e você pode ler aqui. - Samia Lima e Jaqueline Lima faturaram o título do Internacional Challenge do Irã de badminton nas duplas femininas. Em pontos no ranking, é um dos principais resultados do país na modalidade na circuito mundial. A campanha, porém, não fará diferença na briga por uma vaga olímpica. As brasileiras seguirão longe da dupla norte-americana que está se classificando com a cota regional. - Começa amanhã, e vai até domingo, a Volta da Colômbia de ciclismo de estrada, masculina. A prova terá a participação de diversos brasileiros, em rara chance de eles se testarem contra atletas dos primeiros escalões. Serão três equipes do World Tour, incluindo a Movistar, que escalou o brasileiro Vinicius Rangel. A CBC enviou uma seleção com Nicolas Sessler e André Gohr, entre outros, e a equipe brasileira Swift Carbon também viajou, com Lauro Chaman e João Pedro Rossi e cia. | |