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Olhar Olímpico

Nadador culpa liquidificador por doping e leva 4 anos de suspensão

André Calvelo - Satiro Sodré/SSPres/CBDA
André Calvelo Imagem: Satiro Sodré/SSPres/CBDA

05/07/2021 20h26

O Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) suspendeu hoje (5), o nadador André Calvelo por quatro anos após ele testar positivo para um anabolizante injetável. O atleta da Unisanta, de Santos (SP), venceu a seletiva olímpica brasileira nos 100m livre, mas foi suspenso provisoriamente logo depois. Ele ainda tinha esperança de ir à Olimpíada, caso fosse inocentado.

Calvelo testou positivo para drostanolona, um anabolizante injetável usado para aumento de potência muscular. Foi a mesma substância que causou a suspensão do lutador de MMA Anderson Silva em 2015. A drostanolona é conhecida como "bomba" de academia, usada por pessoas que querem ficar "rasgadas" mais rapidamente. Mas o uso dela fere as regras do Código Mundial Antidoping, que é rígido neste tipo de situação, prevendo suspensão de até quatro anos.

No processo que corre sob segredo no TJD-AD, Calvelo culpou um liquidificador pelo doping. Segundo ele, a drostanolona, uma droga injetável, era consumida em forma líquida pela namorada, que usava o mesmo liquidificador que ele para preparar suas bebidas. E, assim, a substância proibida entrou no corpo do nadador. A tese não convenceu o tribunal, que o puniu com a pena máxima prevista no código antidoping.

Durante oitiva realizada na semana passada, Calvelo surpreendeu ao aparecer fardado, em uma forma de ressaltar que o tribunal estava julgando um militar. Ele é 3º sargento do Exército, como parte do programa de alto rendimento do Ministério da Defesa. De acordo com relatos, tomou uma chamada da pessoa que comandava a oitiva, que perguntou se ele saía à rua fardado. Calvelo disse que não.

Suspenso por quatro anos, o nadador perde duas Olimpíada de uma vez só. Essa, de Tóquio, e a próxima, de Paris. Como a suspensão provisória veio ainda durante a seletiva, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) inovou e, com uma regra inédita, chamou Gabriel Santos, nono colocado das eliminatórias para nadar sozinho uma "final".

Gabriel fez índice e acabou se classificando para nadar os 100m livre na Olimpíada. A outra vaga individual ficou com Pedro Sparjari, que completou em segundo na seletiva. O revezamento 4x100m ainda terá Marcelo Chierighini e Breno Correia.