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Olhar Olímpico

Japão bate o martelo e Olimpíadas não terão público

Monumento com os anéis olímpicos em Tóquio, no Japão - REUTERS/Issei Kato
Monumento com os anéis olímpicos em Tóquio, no Japão Imagem: REUTERS/Issei Kato

08/07/2021 10h26

O governo japonês e os organizadores dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Tóquio-2020 decidiram hoje (8) que a competição não terá público. A postura foi anunciada após uma reunião entre as partes interessadas, incluindo aí o Comitê Olímpico Internacional (COI), e veio após a decretação de um novo período de Estado de Emergência na capital japonesa, que vai durar todo o período do evento.

A dúvida sobre a presença ou não de público nas competições vinha desde que a Olimpíada foi adiada, no ano passado, e a decisão foi sendo postergada para que houvesse um cenário mais claro de como estará a pandemia em Tóquio durante o evento. Até junho, só havia sido tomada a decisão de que não seria autorizada a entrada de visitantes estrangeiros no país, exceto os credenciados, o que limitaria o eventual público a habitantes do Japão.

Há três semanas, também em reunião entre organizadores, COI, IPC (paraolímpicos), prefeitura e governo federal, foi anunciada a decisão de que os Jogos teriam, sim, público. Mas a capacidade das arenas seria limitada a 50% da ocupação, até um teto de 10 mil pessoas, apenas.

Nesse curto intervalo de tempo até hoje, porém, o número de casos de covid voltou a aumentar no Japão e, especificamente, na prefeitura de Tóquio. Por isso, foi anunciado mais um período de estado de emergência na capital, que acreditava que sairia dessa situação sanitária no próximo dia 11 de julho. Agora, o estado de emergência vai até 22 de agosto.

A principal restrição associada ao Estado de Emergência no Japão é a proibição de venda de bebidas alcoólicas em restaurantes e karaokes e o fechamento mais cedo de estabelecimentos do tipo. O governo local entende que as reuniões para beber são uma fonte de propagação do vírus e o objetivo é que esses encontros não ocorram durante a Olimpíada, quando esperava-se que os japoneses sairiam de casa para festejar e acompanhar as competições com amigos.

A medida vem enquanto Tóquio passa por um aumento de casos. A prefeitura relatou 896 casos hoje, ante 673 há uma semana. Este foi o 19º dia consecutivo com mais infecções do na média móvel dos sete dias anteriores.

Hoje, em entrevista coletiva, de acordo com a Reuters, a ministra dos Jogos, Seiko Hashimoto, disse que é "lamentável" que os Jogos tenham que ser realizados em um formato limitado, pedindo desculpas aos que arquiriram ingressos - a Olimpíada nunca disse como pretende reembolsar os compradores.

Já o primeiro-ministro Yoshihide Suga disse que era essencial evitar que Tóquio se tornasse a fonte de outra onda de infecções, uma vez que , a variante altamente infecciosa delta está se espalhando a partir dali. O COI ainda não se pronunciou. Seu presidente, Thomas Bach, chegou hoje a Tóquio, depois de mais de um ano e meio sem visitar a cidade-sede dos Jogos. Ele, porém, ficará ao menos três dias apenas no hotel do COI, cumprindo quarentena.