COB muda critérios de divisão de dinheiro e beneficia aquáticos e ciclismo
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou mudanças nos critérios de divisão de recursos da Lei Agnelo/Piva, das Loterias, principal motor do esporte olímpico no país. Dentre as novidades, duas têm maior impacto: o aumento da importância dos Jogos Pan-Americanos e a criação de um critério por modalidade, não apenas por esporte.
Os dois termos são usualmente tratados como sinônimos, mas na organização do movimento olímpico eles representam coisas diferentes. A Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) cuida da administração de um esporte, o ciclismo, que tem diversas modalidades, das quais cinco são olímpicas: BMX Freestyle, BMX, pista, mountain bike e estrada.
Mesmo com cinco modalidades distintas para administrar, que têm diferentes campeonatos, equipamentos, comissões técnicas, etc, a CBC recebia proporcionalmente o mesmo montante relativo ao mérito esportivo que uma confederação com apenas uma modalidade olímpica, como o judô, por exemplo. E isso algum tempo vinha sendo contestado internamente dentro do COB.
A partir do ano que vem, isso muda. Metade dos pelo menos R$ 150 milhões/ano distribuídos pela Lei Piva segue sendo dividido igualitariamente entre todas as confederações e 16% a partir de critérios de governança. Mas os demais 34% (mais de R$ 50 milhões) passam a ser repartidos por modalidades, não mais por esportes. O ciclismo, para ficar no mesmo exemplo, participa cinco vezes. O hipismo, três. A canoagem, duas.
Nessa conta, a maior beneficiada é a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), que vai se tornar a entidade com direito a maior fatia dos recursos da Lei Piva depois de ganhar três medalhas na Olimpíada, sendo duas na natação e uma nas águas abertas. Na divisão anunciada pelo COB para 2021, ela era oitava do ranking. A ginástica, que ganhou duas medalhas na artística e participou da Olimpíada na rítmica, também deverá ser bastante ajudada por esse critério.
A outra novidade é o aumento da importância dos Jogos Pan-Americanos. Até esse ano, os resultados do torneio influenciavam a destinação de apenas 3,9% dos ao menos R$ 50 milhões distribuídos por meritocracia. Mas essa taxa já dispara para 16% no ano que vem e chega a 18% em 2023.
Paralelamente, cai o peso dado aos Jogos Olímpicos (41% hoje, 36% em 2024), aos Mundiais adultos (21% hoje, 19% em 2024) e aos Mundiais de Sub-21 (17% hoje, 11% em 2024). Nessa, quem sai perdendo é principalmente a Confederação de Tiro Esportivo, que tem uma medalha de ouro recente em Mundial Sub-21, mas passou em branco no Pan de Lima.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.