O skatista Kelvin Hoefler chorou quando entrou na casa do Comitê Olímpico Brasileiro em Tóquio com a medalha de prata da prova de street hoje de madrugada (no Brasil). Naquele momento, ele estava inaugurando o painel dos medalhistas brasileiros —e as lágrimas rolaram exatamente por isso: poder comemorar com os compatriotas. Antes, ele tinha chorado com a pessoa com quem divide as alegrias e tristezas e está junto na saúde e na doença, a fotógrafa Ana Paula Negrão, sua esposa.
Ele falou com ela todos os dias desde que chegou à Tóquio. Ele falou com ela durante toda a competição —as câmeras mostravam a toda hora ele ao celular. E adivinha se ele falou com ela depois da medalha? "Liguei".
Kelvin é o primeiro brasileiro a ganhar um quadro para colocar no painel da escola no bairro de Chuo, em Tóquio, onde os brasileiros montaram seu centro de operações. Escolheu colocar sua foto no canto. Justificou que é um cara reservado. Quem cuida das redes sociais dele é Ana. Mas na hora que estava na final olímpica, quando precisou de força externa, ele abriu o Instagram para se alimentar de mensagens positivas. Elas eram muitas. Até os brothers do Free Fire "que tomaram pau" na noite anterior estavam apoiando.
A história de Kelvin representa muito o Brasil, do menino que monta sua pista, que deixa a família e vai para o exterior em busca de um sonho e se apoia em seus companheiros no momento das glórias. Agora, Kelvin volta ao Brasil conhecido como primeiro medalhistas da história olímpica nacional do skate.