Você pode ter ficado triste com a derrota do Brasil para os Estados Unidos nessa madrugada, em Tóquio, na final do vôlei feminino nas Olimpíadas. Não deveria. A derrota na final não conta a história toda do grupo e de tudo que ele teve de enfrentar nos últimos cinco anos.
Lembre-se: a imagem olímpica anterior da seleção feminina era a de Felipe, neto do treinador Zé Roberto Guimarães, entrando na quadra do Maracanãzinho para emprestar o ombro ao avô. O técnico chorava no banco de reservas depois da eliminação em casa nas quartas de final contra a China. O Brasil ficara sem medalha nos Jogos pela primeira vez em 12 anos.
Ainda na quadra, o garoto de cinco anos ouviu uma promessa: Zé Roberto disse que o time ia treinar mais e voltar às vitórias. Ele honrou o compromisso que incluía reconstruir um time. A seleção feminina chegou a Tóquio-2020 com somente três remanescentes do elenco que esteve no Rio de Janeiro: Fernanda Garay, Gabi e Natália.
Durante a campanha, Zé Roberto ressaltava que um resultado desta magnitude tem muito valor. Foi este grupo novo que levou o time ao pódio neste domingo. A jornada de reconstrução acabou em lágrimas pela derrota — a seleção feminina é um time acostumado a troféus. Mas lembre-se: a final é um capítulo de uma história de reconstrução em que muita coisa foi conquistada.