Aos 39 anos, um atleta de alto rendimento já teve muitas primeiras vezes: o primeiro título, a primeira convocação, o primeiro Mundial e até a primeira vez em que se viu no fim de carreira. A central Carol Gattaz passou por tudo isso antes de, enfim, reviver a experiência da primeira Olimpíada, que agora parece certa.
Última cortada da seleção de vôlei antes dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, ela ficou fora do grupo campeão olímpico na China e chegou a desistir do sonho de dormir em uma Vila Olímpica. Até participou de duas Olimpíadas, mas como comentarista de TV, função normalmente reservada a quem já encerrou a carreira ou está muito perto disso.
Mas a um mês de completar 40 anos, a veterana está de volta à seleção brasileira depois de uma longa década. Tem sido titular do time de José Roberto Guimarães na Liga das Nações de Vôlei e vê de novo uma Olimpíada no horizonte. Enquanto jogadoras mais jovens pedem dispensa, pensando na reta final da carreira, Gattaz diz estar na sua melhor fase. "Eu gosto de contrariar as estatísticas", afirma.
Ao UOL Esporte, a central do Minas Tênis Clube falou sobre os deslizes da carreira, a frustração de ter sido a última convocada de um grupo que seria campeão olímpico, da responsabilidade de ser a mais experiente (e ao mesmo tempo novata) da seleção que se prepara para Tóquio e revela que ter tornado público um relacionamento homoafetivo deixou sequelas.