Como esquecer o feito do basquete masculino dos Estados Unidos nos Jogos de Barcelona, em 1992? É unânime a lembrança quando se fala do esporte nas Olimpíadas. De fato, a equipe que tinha, entre grandes nomes, Michael Jordan e Earvin "Magic" Johnson não levou apenas o ouro naquela edição. Eles conquistaram uma idolatria poucas vezes vista até então nos Jogos Olímpicos. As partidas pareciam apenas encontros protocolares e, muitas vezes, adversários foram vistos pedindo autógrafo para os ídolos do basquete americano, que levaram o país ao lugar mais alto do pódio com uma diferença de 43.8 pontos em média nas vitórias na competição.
Só que ainda mais espetacular do que os feitos alcançados pelo chamado "Dream Team", são as glórias conquistadas pela seleção feminina dos Estados Unidos. A virada na história do basquete feminino americano também aconteceria em Barcelona. A derrota por 79 a 73 para a Comunidade dos Estados Independentes (CEI) —nome com o qual a extinta União Soviética participou dos Jogos Olímpicos de 1992—, foi a última derrota da equipe em Olimpíadas. Isso significa que, há 25 anos, o basquete feminino dos Estados Unidos é vitorioso.
Somando as duas principais competições de basquete, as Olimpíadas e a Copa do Mundo de Basquete Feminino da Fiba, as americanas perderam apenas uma vez desde que venceram os Jogos de Atlanta em 1996. Isso aconteceu nas semifinais do Mundial de 2006, realizado no Brasil, quando elas foram derrotadas pela Rússia. Depois, bateram o Brasil e ficaram com o terceiro lugar.
Cinco anos atrás, as americanas passearam no Rio de Janeiro. Com desempenho irretocável, elas anotaram em média 102,1 pontos por jogo, cedendo apenas 64,9 pontos por jogo às adversárias. Venceram jogos por vantagens de 65, 46 e 43 pontos. Na final, a Espanha só esteve à frente do placar por duas vezes. E no primeiro quarto. No fim, domínio amplo e vitória por 101 a 72 para conquistar a sexta medalha de ouro seguida.
Assim, sem os holofotes dispensados aos astros da NBA, as mulheres americanas estão construindo uma dinastia poucas vezes vista na história do esporte, escorada em uma impressionante sequência de sucesso olímpico, que pretende desembocar no sétimo ouro seguido nos Jogos de Tóquio-2020. Dream team, meus caros, é isso aqui.