Luisa Stefani e Laura Pigossi enfrentaram quatro match points contra na decisão da medalha de bronze contra as russas Elena Vesnina e Veronika Kudermetova. O placar apontava 5 a 9 e era normal que os outros duvidassem. Afinal, duvidaram delas desde o começo.
Última dupla inscrita no último dia possível, encarando multi-campeãs de Grand Slams e representando um país que nunca tinha ganhado uma medalha no tênis em Olimpíadas. Pois elas fizeram seis pontos seguidos. Bronze para o Brasil porque a dupla nunca duvidou.
"A gente recebeu a ligação de que a gente estava dentro [das Olimpíadas]. A primeira coisa que falei para ela [Stefani] foi: 'As últimas serão as primeiras' E ela riu, mas acreditava na loucura", conta Laura.
Foi com esta confiança que Luisa e Laura chegaram a Tóquio. E, por essa confiança, as rivais foram caindo. Ou melhor, foram derrubadas. A campanha de conto de fadas teve um revés. As duas abriram 4 a 0 nas semifinais e tomaram a virada das suíças Belinda Bencic e Viktorija Golubic. Pareciam abaladas. Quando chegaram na privacidade da Vila Olímpica, Luisa precisou emprestar o ombro, e Laura chorou de soluçar de tristeza.
"Ela simplesmente me apoiou. Não é que ela falou algo, ela me abraçou quando eu precisei chorar."
Tinha mais abraços para rolar. Agora, o match point era a favor. As adversárias russas jogaram a bola para fora, Luisa e Laura jogaram raquetes e viseiras para longe. Cumprimento rápido nas oponentes, outro abraço e uma descoberta: choro também tem sabor de alegria.