Qual o preço de ter o nome marcado na história? Mayra Aguiar se isolou duas vezes pela causa olímpica, superou lesões e, nesta quinta-feira (29), se tornou a primeira atleta brasileira a conquistar três medalhas em esportes individuais. Ela superou a russa Aleksandra Babintseva e a sul-coreana Hyunji Yoon na repescagem da categoria até 78 kg. Assim, ficou com o bronze no judô nas Olimpíadas de Tóquio.
As lágrimas de Mayra ao fim da luta representam todo o alívio após um ciclo difícil. Antes dos Jogos Olímpicos, ela sofreu uma grave lesão no joelho e ficou nove meses sem pisar num tatame. Exausta de tanto ter de se superar em meio a uma pandemia, a atleta contou com apoios de todos os lados para não desistir.
Assim como fez na Rio-2016, Mayra se isolou. Só que, dessa vez, foi o medo do coronavírus que a obrigou a se manter distante. A irmã Hellen, fisioterapeuta, assumiu os cuidados com a judoca após a cirurgia, enquanto os afagos da cachorrinha Belle cuidaram do equilíbrio mental da atleta. Depois da última luta, a judoca brasileira agradeceu à família, ao amor e ao time.
Foi muito tempo de superação, foi uma [cirurgia] atrás da outra. E, hoje, concretizar esse ciclo com uma medalha é muito importante para mim. Acho que é a maior conquista que já tive em toda a minha carreira. Por tudo que aconteceu, por tudo que vivi, esse resultado é muito gostoso. É muito bom. Estou muito emocionada."
Ao subir ao pódio pela terceira vez consecutiva em Jogos Olímpicos, Mayra Aguiar crava uma bandeira na história e se consagra a maior judoca brasileira de sua geração mesmo sem medalha de ouro. E, por que não, a maior de todos os tempos?