"Irashaimase", ouve-se ao pisar os pés em qualquer canto do Japão. Num domingo de junho, ao entrar no Musashimaru, um iluminado galpão que se identifica como "sushi de rotação gourmet", na cidade de Toyohashi, foi a primeira palavra que ouvi de garçons e sushimen, em coro. A expressão, que quer dizer "bem-vindo", dá o tom da casa, cuja entrada é adornada por um pequeno aquário com carpas, incluindo as raras carpas brancas, com uma marca vermelha em formato de coração na cabeça.
Musashimaru é um dos milhares de restaurantes "kaiten zushi" (que significa "sushi de esteira"), o rodízio japonês. O brasileiro se acostumou a encontrar em rodízios uma série de barcas coloridas e combinados de sushi, sashimi e que tais, trazidos por garçons vestidos a caráter muitas vezes em quantidades colossais.
No modelo japonês, a dinâmica é diferente. O rodízio japonês põe o sushi literalmente na roda, já que ele é servido em uma esteira rolante, que se estende por balcões e às vezes ziguezagueia entre as mesas. Por causa da pandemia de covid-19, as Olimpíadas de Tóquio estão vetadas a visitantes estrangeiros não credenciados. Como vivo no Japão desde 2019, fui visitar, a pedido do UOL Esporte, um rodízio de sushi local e relato a seguir um pouco dessa experiência gastronômica.