O ex-técnico da seleção brasileira de ginástica Oleg Ostapenko morreu neste sábado (3), por complicações pulmonares e renais. Ele estava internado desde maio, em Kiev, na Ucrânia, onde nasceu, cresceu e se formou ginasta. Apesar da distância física e cultural entre o país e o Brasil, Oleg tinha coração brasileirinho, fruto de um vínculo que começou em 2001.
Por meio de uma exigência gentil, criou uma relação paternal com as ginastas da seleção brasileira permanente entre 2001 a 2008. Foi ele, ainda, o responsável pela ascensão histórica de Daiane dos Santos, primeira brasileira campeã mundial de ginástica e quem transformou um movimento de nome estranho e pouco natural como o duplo twist carpado em um bem nacional "Dos Santos".
Mas como um ucraniano chegou para revolucionar a ginástica brasileira? A vinda do famoso técnico ucraniano para o Brasil não foi facilmente negociada. Foi por meio de sua mulher, a coreógrafa Nádia Ostapenko, que a coordenadora de ginástica da seleção conseguiu convencê-lo a treinar a equipe brasileira —Eliane Martins relembra a história nesta reportagem, que homenageia quem tanto fez pelo esporte por aqui.
O treinador era discreto, "gentleman como poucos" e apaixonado por ginástica. Respirava o esporte 24 horas por dia, sete dias por semana. Entre as principais pupilas, Daiane dos Santos e Laís Souza, promovia uma competição saudável, que levou o Brasil à quinta posição no ranking mundial de ginástica.
Oleg deixa, ao Brasil, um legado de mestre.