Do primeiro ao penúltimo dia das Olimpíadas de Tóquio, que terminaram ontem (8), atletas e o COB (Comitê Olímpico do Brasil) não seguiram o negacionismo que o governo federal vem adotando desde o início da pandemia de covid-19.
No dia 1 dos Jogos, o COB foi a única das principais delegações que evitou aglomeração na cerimônia de abertura, levando apenas quatro pessoas para o desfile. No dia 16, os campeões olímpicos Isaquias Queiroz, da canoagem, e Hebert Conceição, do boxe, dedicaram suas medalhas às vítimas da covid. Mostraram uma solidariedade com o luto das famílias que nunca partiu do presidente da República, Jair Bolsonaro.
A postura da delegação brasileira se materializou em atos. O protocolo sanitário foi ainda mais rigoroso que o adotado pelo Comitê Olímpico Internacional. O COB exigiu de jornalistas e frequentadores da base do Time Brasil o uso de máscaras do tipo PFF2 ou N95, as mais recomendadas para conter o vírus. Quem não tinha, recebia uma na hora.
Por exigência da organização das Olimpíadas, todos os atletas foram testados diariamente. O COB estendeu esta rotina de testes a qualquer funcionário que tivesse o mínimo de interação com o time.
Ao protocolo, somou-se a eficiente força-tarefa para vacinar a maioria dos credenciados a viajar ao Japão. Só não foi imunizado quem não quis — caso do surfista Gabriel Medina, que alegou não ter se vacinado por problemas de agenda.