Está vendo esse círculo preto no braço do saltador Thiago Braz, campeão olímpico do salto com vara nas Olimpíadas do Rio-2016? É um biossensor de monitoramento de níveis de glicose desenvolvido especialmente para atletas de alto rendimento. Dá informações em tempo real para os técnicos do brasileiro, para orientá-lo durante treinos e competições.
Ele não é o único que está usando tecnologias assim. Atletas britânicos treinaram após ingerir pílulas computadorizadas que medem a temperatura corporal durante treinamentos. E corredores e nadadores que se preparam em centros conhecidos pela alta tecnologia estão usando tatuagens com transmissores que monitoram movimentos. O biossensor de Braz é um dos exemplos de nanomedidores que chegam à corrente sanguínea para checar indicadores de desgaste e fadiga.
A nanotecnologia, ou tecnologia que chega ao nível molecular, não chega a ser novidade no mundo. Pílulas que medem a temperatura já foram usadas, por exemplo, para melhorar condições de saúde de cortadores de cana em São Paulo —foi essa iniciativa que inspirou o fisiologista Turíbio Leite de Barros Neto, a mapear a temperatura dos jogadores em partidas de futebol. Foi a partir desse trabalho que CBF e Fifa tomaram decisões conjuntas sobre pausas e hidratações em jogos sob intenso calor na Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
As Olimpíadas de Tóquio-2020 são a primeira em que o uso de tecnologias assim virou algo comum. Como a evolução dessas técnicas é cada vez mais veloz em sua aplicação ao esporte, seja na melhoria de performance ou na prevenção de lesões, grande parte das medalhas obtidas devem vir após o uso de materiais que, para muita gente, parece coisa de ficção científica.