O norte-americano LaShawn Merrit é um dos atletas beneficiados pela mudança
A Corte Arbitral do Esporte (CAS) abriu caminho para que dezenas de atletas já flagrados no doping possam competir nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012 após considerar inválida uma regra de elegibilidade do Comitê Olímpico Internacional (COI), a "regra de Osaka".
Depois do basquete masculino garantir sua volta aos Jogos Olímpicos, no último sábado foi a vez de as mulheres classificarem-se para Londres 2012. Com o título no Pré-olímpico, disputado na Colômbia, o Brasil atingia 74 vagas garantidas na próxima Olimpíada, número que cresceu para 77 com os resultados do Mundial de Boxe, que trouxe mais três vagas para brasileiros. |
Introduzida em 2008, a controversa regra 45 proibiu a participação nos próximos jogos Olímpicos de atletas que tenham sido suspensos por seis meses ou mais. Porém, o regulamento foi considerado inválido e sem efeito pela CAS.
A decisão da Corte significa que o corredor norte-americano campeão olímpico nos 400 m em Pequim-2008, LaShawn Merrit, o maior nome de destaque afetado pela decisão, poderá defender seu título em Londres.
Merrit havia sido suspenso por 21 meses após teste positivo em 2009 e 2010 para uma substância que ele disse que foi encontrada em suplementos sem receitas. A sua punição acabou em julho e o norte-americano esteve presente no Mundial de Atletismo de Daegu, na Coreia do Sul, em agosto, onde conquistou a prata nos 400 m e o ouro no revezamento 4X400 m.
Desapontado com a decisão, o COI afirmou que procuraria sentenças mais duras no futuro. “O COI respeita plenamente a Corte Arbitral do Esporte e é claro que vai acatar a decisão. O COI tem uma tolerância zero contra o doping e tem mostrado e continua a mostrar sua determinação para pegar burladores”, afirma o comunicado do Comitê.
“Estamos, portanto, naturalmente desapontados porque a medida foi originalmente adaptada para apoiar os valores que sustentam o Movimento Olímpico e para proteger a grande maioria dos atletas que competem de foma justa. Quando chegar o momento para a revisão do Código Mundial Anti-Doping, vamos assegurar que sanções mais duras, incluindo a tal regra, seja seriamente considerada”, continua o informe do COI.
O COI e o Comitê Olímpico dos EUA (Usoc) pediram para a CAS determinar a validade da regra, conhecida com a “Regra de Osaka”. A agência anti-doping dos EUA (Usada) afirmou que a agora é a decisão é mais clara para os atletas.
“Nós apreciamos o COI e o Usoc por seus compromissos de proteger os direitos dos atletas limpos e gostaríamos de elogiá-los por sua disposição para levar este assunto perante a CAS, para que atletas de todo o mundo possam ter clareza sobre essa questão”, afirmou a Usada em comunicado a agência de notícias Reuters.