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Por que a Olimpíada seguirá chamando Tóquio-2020 mesmo em 2021

A marca Tóquio-2020 será mantida para os jogos de 2021 - Reprodução
A marca Tóquio-2020 será mantida para os jogos de 2021 Imagem: Reprodução

Karla Torralba

Do UOL, em São Paulo

24/03/2020 16h40

Se para os atletas adiar a Olimpíada de Tóquio significa rever todo o planejamento de treinos, seletivas e competições até a nova data, no que diz respeito aos bilhões investidos e que as marcas esperam de retorno com os jogos a ordem é: percam o menos dinheiro possível com a mudança.

Uma das formas de perder menos dinheiro, trabalho, divulgação e produtos, é a opção de manter o nome dos jogos como Tóquio-2020 mesmo com a competição sendo em 2021. O ano ao lado da cidade-sede é mais que uma referência temporal, é uma marca que está sendo usada desde que o local foi escolhido para sediar o evento, em 2013.

"Tóquio-2020, como Rio-2016 é uma marca que é patenteada, licenciada, com muito dinheiro e vem sendo usado por patrocinadores e licenciados há anos. O 2020, embora representasse o ano que os jogos fossem organizados, é maior que a referência ao tempo. É licenciada com contratos de patrocínios, todos os produtos licenciados e a mídia todos fazem referência. A marca é vendida e não dá para que no meio mudem para 2021. O ano vai mudar, mas marca não pode mudar", explicou José Colagrossi, diretor executivo do IBOPE Repucom, empresa de pesquisa de marketing esportivo e retorno de exposição das marcas em mídia.

Para Colagrossi, no final todos entenderam que a realização em 2020 causaria mais problemas ainda. "No final, se fossem realizados em 2020, a marca perderia, os jogos perderíam, o prestígio seria arranhado. Teríamos competições sem países, por exemplo".

"Temos a sinalização para a comunidade internacional de que o adiamento destes jogos, não altera os próximos, que vão manter seus ciclos olímpicos. Além de que seria impossível refazer todos os pontos de contato com marcas oficiais utilizadas por toda a comunidade internacional e com isso haveria um ambiente de ruído, com duas marcas circulando, o que geraria custos altos pois os obrigaria a se posicionar a respeito de como eles iriam sinalizar os jogos em seus produtos oficiais e todas as comunicações, levando muito do que já foi feito para o lixo", ressaltou Bruno Maia, CEO da Agência de Conteúdo 14, e especialista em negócios e novas tecnologias no esporte.