Natalia Guitler lidera ranking de teqball, esporte que quer ser olímpico
Natália Guitler assumiu, ao lado de Marquinhos Vieira, a liderança do ranking de duplas mistas de teqball. A dupla já foi campeã mundial em 2019, mas ficou sem disputar competições por causa da pandemia. Com a conquista da etapa do Brasileiro, na última semana, eles assumiram o topo da modalidade que tem planos de estar nas Olimpíadas nos próximos anos.
É o que garante Natália em entrevista ao UOL Esporte. A brasileira é a única mulher a ser campeã mundial de teqball, esporte inventado na Hungria em 2014 e que é uma mistura de pingue-pongue com futebol. Ela diz ter "fontes seguras" que asseguram a inserção da modalidade nos Jogos a partir de 2028, um cenário improvável uma vez que a federação internacional sequer é reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e não faz parte do movimento olímpico.
"A informação que me passaram foi essa. Já está nos jogos europeus de 2023, tem muitas confederações no mundo inteiro e tem tudo para atingir todos os requisitos necessários para virar modalidade olímpica. Existem outros esportes que também estão na lista, mas fontes seguras garantem aos atletas que em 2028 com certeza estará. E que vão tentar para 2024", disse Natália. Os esportes dos Jogos de Paris, em 2024, porém, já estão definidos e o COI já se comprometeu com Paris de não incluir mais nenhuma modalidade.
A carioca seria nome praticamente certo para disputar a Olimpíada caso o teqball estivesse em Tóquio. Mas o fator idade joga contra suas possibilidades olímpicas, e ela teria que se manter em alto nível por muito tempo. Natália está com 34 anos e, na melhor das hipóteses, caso o esporte entre na programação de Los Angeles-2028, ela disputaria com 41 anos.
"Se fosse nessa Olimpíada de agora, eu estaria dentro, mas temos bastante chão até lá [virar esporte olímpico]. São muitos anos, 2024 seria mais próximo [na verdade, 2028], mas não adianta. É ano após ano. Tem os nacionais que dão vaga para o mundial. Esse ano tem mundial, em novembro. São quatro etapas do nacional e o ranking define quem vai representar", afirmou.
Sem pensar muito adiante, Natalia prefere focar no presente. E o momento não poderia ser melhor. "É uma realização única ficar no topo entre centenas de atletas. É uma sensação única, sem dúvida, poder estar liderando o ranking mundial. É um esporte que vai crescer muito, cada vez mais. Está muito forte lá fora e no Brasil tem tudo para se consolidar mais, ainda mais com nosso desempenho e resultados nos últimos três anos. A tendência é ficar cada vez mais conhecido e ter mais praticantes".
"É um esporte muito fácil de jogar comparado ao futevôlei, por exemplo. Não precisa ter um físico absurdo, é algo muito técnico. Não descarto a possibilidade de jogar 2028 se for o caso. Chegaria com uma idade avançada, mas a modalidade permite isso acontecer", completou.
Personagem no Fifa 21
O grande momento foi coroado com uma homenagem e tanto: Natalia ganhou uma versão eletrônica no jogo Fifa 21. Ela se juntou a nomes como a cantora Dua Lipa, a atacante do Washington Spirit, da liga americana, Mallory Pugh, a craque da seleção australiana Samantha Kerr, além da super top model Winnie Harlow.
A "boneca" de Natalia ficará durante uma semana no jogo, do dia 25 de junho a dia 2 de julho. Durante essa semana, as pessoas deverão entrar no "Batalhas em Destaque" do modo "VOLTA" e desafiar o time de "Innovadores", do qual a Natalia fará parte.
Para conseguir recrutá-la e ter sua boneca para sempre no jogo, é necessário vencer o time adversário. "Gente, que sonho! Essa sensação de sonho não passa!", disse ela.
"Parça" de R10
A forma como o teqball entrou na vida de Natalia é bem curiosa. Ela é também uma das referências do futevôlei feminino e virou "parça" de Ronaldinho, que a convidava frequentemente para jogar na sua casa com outros amigos, ocasião em que ela conheceu a modalidade.
"Ele realmente está cada dia em um lugar, é um querido. É realmente um sonho ser amigo do seu ídolo e ele ser tudo aquilo que você esperava", finalizou.
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