Jardine fala em "malícia" na seleção para "dar orgulho a quem acordar cedo"
A seleção brasileira masculina de futebol foi convocada hoje (17) para a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Independentemente dos problemas nos bastidores referentes às liberações de jogadores por parte dos clubes, o técnico André Jardine aproveitou o anúncio da lista de 18 nomes para dar recados de como pretende montar a equipe na luta pelo bicampeonato olímpico com ofensividade.
"Tem que ter a malícia, a malandragem, a técnica do jogador brasileiro que vem da rua, vem do futsal, e isso será incentivado por nós. Que tenham a coragem e ousadia de um drible desconcertar toda a defesa. Mas que também tenhamos a missão, e eu me incluo nisso, de continuar tentando nos colocar na vanguarda na parte tática, de ter uma ideia que ninguém pensou, uma maneira de jogar que nos dê vantagem ou proporcione aos atletas com seu talento fazer diferença. Quem ganhou [pela seleção] é quem teve esse equilíbrio", disse o treinador, que mencionou em sua resposta seleções históricas para mostrar que elas eram técnicas e táticas:
"O Brasil sempre teve uma identidade muito forte, é admirado pelo mundo inteiro. As seleções que marcaram pelos títulos além de jogadores talentosos também tinham trabalhos táticos. É injusto se referir a 1994 como a seleção do Romário, porque se esquecem da belíssima organização tática do Parreira, talvez uma equipe de vanguarda, com uma maneira atual de jogar. A seleção de 1970 era à frente do seu tempo e continua moderna, porque até hoje se fala em falso 9. Felipão montou seleção taticamente muito bem pensada e que pouca gente dá valor em 2002. Há uma construção tática competente também em 1982, pensada por Telê Santana, mas que não ganhou o título. São vários exemplos", refletiu.
A última escalação da seleção pré-olímpica antes da convocação tinha jogadores com características bem ofensivas do meio para frente: Bruno Guimarães, Gerson e Claudinho; Malcom, Gabriel Martinelli e Pedro. Deles, só Martinelli não está na lista de convocados. Além do aspecto técnico, André Jardine mencionou diversas vezes na entrevista coletiva de hoje fatores de comportamento. Essa junção é o que dá à seleção confiança para ir ao Japão.
Mais do que uma seleção talentosa, formamos uma seleção com jogadores de honra, de caráter, a vaidade vai ficar muito longe de onde estivermos. Nossa missão é dar orgulho para quem acordar cedo, porque vai ter que acordar cedo (risos). Mas que tenham o sentimento de que aquela equipe nos representa como torcedores e como pessoas."
"Essa Olimpíada é muito difícil, não vamos ter caminho fácil em nenhum jogo e não falo isso para valorizar ou baixar expectativa, muitas seleções estão se preparando muito bem, falamos com propriedade. É uma Olimpíada muito parelha, com muitas seleções capazes de conquistar medalha. Japão, Argentina, Coreia... será uma competição muito dura, não crio expectativa de favoritismo. Somos fortes, entraremos para disputar medalha, mas tem outras seleções em mesmo nível e teremos que nos dedicar muito", relatou o treinador.
O Brasil está no Grupo D do futebol masculino em Tóquio 2020. Estreia em 22 de julho, às 8h30, contra Alemanha. Depois, enfrenta a Costa do Marfim no dia 25, às 5h30, e a Arábia Saudita no dia 28, meia hora antes.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.