Gabriel Medina diz que está sendo injustiçado e prejudicado pelo COB
Gabriel Medina voltou a disparar contra o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) por causa do credenciamento para a Olimpíada de Tóquio, que começa no dia 23 de julho. Segundo o surfista, a ida de sua esposa, a modelo Yasmin Brunet, como membro de sua equipe foi vetada.
"Estou me sentindo injustiçado porque nominei meu estafe, que é direito do atleta, segundo o que o COB falou. Eu poderia levar uma pessoa. E escolhi a Yasmin como meu estafe e não como minha esposa. Ela é meu estafe oficial desde o início do ano e, por acaso, minha esposa", disse ele, em entrevista ao jornal 'O Globo'.
A Olimpíada terá várias restrições por causa da pandemia de covid-19. O COI autorizou um número limitado de credenciais, e apenas estrangeiros com credencial serão autorizados a permanecer no país durante os Jogos. No caso do surfe, o COB permite que cada atleta leve apenas uma pessoa como acompanhante.
Medina, número 1 no ranking mundial de surfe, afirmou que Yasmin, que tem carreira de modelo, é também responsável por consolidar suas estatísticas, ajudar com sua nutrição e lhe dar "apoio mental". Os dois estão casados desde o final de 2020.
"Ela tem funções técnicas que já foram especificadas ao COB. Eu a nominei e não estou sendo respeitado. Enquanto isso, todos os outros surfistas estão levando quem eles nomearam. Escolheram pessoas que estão ali no dia a dia ajudando e trabalhando de alguma forma. Não acho que o COB me deu uma justificativa plausível", afirmou Medina.
O principal surfista brasileiro afirmou que outros atletas tiveram seus acompanhantes autorizados pelo COB: "Negaram a ida da Yasmin, alegando que ela não é técnica ou coach. E outros surfistas não estão levando técnicos. O Ítalo [Ferreira] levará um amigo pessoal que faz análise de vídeos. E a Tatiana [Weston-Webb] terá o marido, que não é técnico, é surfista profissional."
Depois que rompeu com seu antigo técnico e padrasto Charles Medina, Gabriel passou a ser treinado pelo australiano Andy King, mas preteriu o treinador ao indicar Yasmin para acompanhá-lo a Tóquio. De acordo com o atleta, o comitê respondeu seus e-mails sobre o credenciamento de Yasmin, afirmando que a recusa se daria "por questões conceituais internas, por questões de preservação de imagem das instituições e do próprio atleta, por questões de utilização de recursos das Loterias, e por questões de compliance."
Questionado sobre se pensa na possibilidade de não disputar os Jogos, Medina afirmou que irá até sozinho ao Japão, mas lutará até o fim pelo credenciamento da modelo.
"Eu estou muito triste e decepcionado. Sinto-me prejudicado e injustiçado. O COB e a CBS não estão deixando eu levar para a Olimpíada o estafe que eu estou indicando. Não estou colocando ninguém novo. Só eu não estou tendo meu direito respeitado", finalizou.
No último dia 16, o COB já havia se posicionado sobre as críticas do surfista. A entidade afirmou que "o credenciado tem que ser um profissional que tenha ligação com a modalidade". O COB também disse que havia acordado com Medina que seu auxiliar credenciado seria o treinador Andy King.
Veja o posicionamento do COB:
De acordo com o regulamento dos Jogos Olímpicos, somente um profissional que esteja credenciado na lista larga pode substituir outro. Além disso, há uma limitação de credenciais para as delegações, e a política do COB é de que os oficiais tenham funções estritamente técnicas. Em virtude desta limitação, cada atleta do surfe terá acompanhamento de um profissional da área técnica com experiência comprovada.
A limitação de credenciais para oficiais segue as diretrizes do comitê organizador, que ficaram ainda mais restritivas com intuito de proteger a saúde dos atletas por conta da pandemia. Necessariamente, o credenciado tem que ser um profissional que tenha ligação com a modalidade, e o COB seguiu expressamente este critério para a aprovação de qualquer credencial
No ano passado, o COB informou aos atletas de todas as modalidades sobre a existência do programa "Familiares e Amigos", pelo qual o comitê daria todo o suporte para que os competidores pudessem receber as pessoas mais próximas na cidade sede dos Jogos, de forma a ter por perto todos aqueles que os ajudam no dia-a-dia, inclusive com ingressos para as competições e espaço específico do Time Brasil para encontros.
Infelizmente, em decorrência da pandemia, o COB teve que cancelar este programa. O Japão impôs diversas restrições a todos os países participantes, impedindo inclusive a entrada de familiares, amigos, fãs e turistas no país durante o período dos Jogos, que também devem ocorrer sem público.
Em maio, COB e Gabriel Medina acordaram que o treinador Andy King seria oficial credenciado para atuar como treinador do atleta nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
O COB não faz distinção entre os atletas.
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