Seleção de ginástica artística terá Zanetti, Nory e novato em Tóquio

Com os medalhistas olímpicos Arthur Zanetti e Arthur Nory e a confirmação do novato Diogo Soares, a seleção brasileira de ginástica artística foi oficialmente convocada para as Olimpíadas de Tóquio na tarde de hoje (30). Pela segunda vez consecutiva, o Brasil terá time completo no masculino. Por outro lado, o feminino terá apenas duas ginastas - Flávia Saraiva e Rebeca Andrade -, quebrando uma sequência de quatro Jogos Olímpicos na disputa por equipes.

Arthur Zanetti, de 31 anos, é o mais experiente e o mais vencedor da equipe que vai para o Japão. Reserva em Pequim-2008, foi campeão olímpico das argolas em Londres-2012 e vice-campeão na Rio-2016.

Em Tóquio, Zanetti tem como objetivo alcançar uma marca inédita: ser o primeiro atleta das argolas a subir ao pódio olímpico pela terceira vez. Para isso, terá de enfrentar o atual campeão olímpico, o grego Eleftherios Petrounias, que conseguiu a vaga para as Olimpíadas na última oportunidade possível. O brasileiro não competirá da disputa por equipes, tendo recebido a vaga de atleta especialista - ou seja, participará apenas da briga nas argolas.

Seu xará, Arthur Nory, de 27 anos, chega à sua segunda participação olímpica como o atual campeão mundial da barra fixa, título conquistado em Stuttgart-2019, e vindo da medalha de bronze no solo na Rio-2016. A equipe masculina ainda terá outros dois "veteranos" dos Jogos passados: Francisco Barretto Júnior, de 31 anos, e Caio Souza, de 27 anos, especialista no individual geral e que foi reserva nas Olimpíadas passada.

A renovação do time masculino está em Diogo Soares, que conquistou uma das duas vagas extras que estavam em disputa no Campeonato Pan-Americano, realizado no início de junho, no Rio. Diogo foi bronze no individual geral, com nota de 82.700, a primeira vez que atingiu tal resultado no adulto. Embora a Confederação Brasileira de Ginástica afirmasse que a vaga não era nominal, mas do país, a entidade confirmou a já esperada convocação de Diogo.

O paulista de Piracicaba, de 19 anos, tem resultados expressivos nas categorias de base. Disputou os Jogos Olímpicos da Juventude de 2018, em Buenos Aires, e foi prata na barra fixa e bronze no individual geral. No ano seguinte, conquistou a prata nas argolas na primeira edição do Mundial Júnior, na Hungria. Os Jogos Olímpicos serão apenas sua terceira competição no adulto. No início de 2020, ele fez sua estreia na categoria na American Cup. Por causa da pandemia do coronavírus, só voltou a competir no Pan deste ano.

Após decepção no Mundial, Flávia e Rebeca representam a seleção feminina

O ciclo olímpico para Tóquio era de boas expectativas para a seleção feminina. Na Rio-2016, a mistura entre as veteranas Daniele Hypolito e Jade Barbosa e a renovação trazida por Flávia Saraiva, Rebeca Andrade e Lorrane Oliveira fez o país igualar seus melhores resultados em Olimpíadas. Por equipes, o Brasil repetiu o 8º lugar de Pequim-2008 e, individualmente, Flávia foi 5ª quinta na trave, como Daiane dos Santos havia sido no solo em Atenas-2004. Ficou a impressão de que o Rio havia sido o preâmbulo de uma grande atuação do time em Tóquio. Impressão que se apagou no Mundial de Stuttgart, em 2019. No torneio pré-olímpico, a equipe feminina não conseguiu a vaga para os Jogos Olímpicos.

Apenas Flávia Saraiva, que foi finalista no individual geral, garantiu a classificação olímpica. E o Brasil só poderia buscar mais vagas individuais por meio de participações nas etapas da Copa do Mundo ou pelo Campeonato Pan-Americano. O adiamento da Olimpíada por um ano, por causa da covid-19, acabou sendo benéfico para o Brasil. Rebeca Andrade, que não participou do Mundial de Stuttgart por causa de mais uma lesão, teve tempo de recuperar. Assim, também conquistou a vaga no Pan do Rio. Terceira novata da Rio-2016, Lorrane não conseguiu se classificar para Tóquio.

Os atletas da seleção estão em Doha, no Catar, há dez dias. Participaram da Copa do Mundo realizada no país, na semana passada, e lá ficarão até meados de julho, com o objetivo de cortar pela metade o fuso horário do Japão. As disputas da ginástica artística começam às 22 horas do dia 23 de julho, pelo horário de Brasília, com a qualificatória por equipes masculina.