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Seleção olímpica busca união entre chamados por Tite e base do pré-olímpico

Treino da seleção olímpica no CT do Palmeiras, em São Paulo - Divulgação/CBF
Treino da seleção olímpica no CT do Palmeiras, em São Paulo Imagem: Divulgação/CBF

Igor Siqueira

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/07/2021 04h00

Depois de muito ponderar, negociar e até se frustrar com respostas negativas, o técnico André Jardine tem em mãos para os Jogos de Tóquio uma seleção olímpica que pode ser dividida em basicamente três grupos. Nesse quebra-cabeça, ele vai trabalhar com um bloco que já foi chamado por Tite para a seleção principal, por remanescentes do pré-olímpico que deu ao Brasil a vaga no Japão e por uma parcela de novos entrantes, que chegam para aumentar as alternativas em setores importantes do grupo.

Segundo os números da CBF, foram 22 jogos desde o início do projeto, em 2019, no Torneio de Toulon. A pandemia e a falta de liberação de jogadores atrapalharam os planos para dar coesão a esse grupo, que terá a até a estreia, contra a Alemanha, dia 22, para se entender melhor e absorver o que o técnico planeja.

Dos 22 chamados para Tóquio, dez já tiveram alguma convocação para a seleção principal. A experiência entre eles varia. O lateral-direito Daniel Alves, por exemplo, já tem 38 anos e 118 jogos em uma carreira com a amarelinha que começou em 2006. O atacante Richarlison atualmente é um dos titulares de Tite na Copa América e conseguiu, de última hora, liberação do Everton para substituir Pedro — vetado pelo Flamengo.

O volante Douglas Luiz também está na Copa América e vai emendar um torneio no outro. Detalhe: antes de passar a ser chamado por Tite para a seleção principal, ele era o capitão da seleção olímpica ao longo de 2019. No pré-olímpico, a faixa passou para Bruno Guimarães, mas o meio-campista também recebeu chances entre os convocados por Tite. Em menor escala, Matheus Henrique é outro jogador da posição que vestiu a amarelinha na principal.

Ainda com Tite, o goleiro Santos, do Athletico, esteve em listas para amistosos e Eliminatórias, mas não chegou a entrar em campo. É o mesmo caso do lateral-direito Gabriel Menino, do lateral-esquerdo Guilherme Arana, do zagueiro Diego Carlos e do atacante Matheus Cunha.

Cunha, Bruno Guimarães e Matheus Henrique representam os pontos de intercessão entre a seleção principal e os remanescentes do pré-olímpico. A campanha no começo de 2020 foi a responsável por carimbar o passaporte do futebol masculino do Brasil para Tóquio. Ao todo, oito dos 20 convocados para o torneio estão na lista final olímpica. Além dos três, estão também os zagueiros Nino e Bruno Fuchs, os meias Reinier e Antony, além do atacante Paulinho.

"Estou desde a primeira convocação, não fui só em uma, porque tive uma lesão na coxa, mas, tirando essa do Egito, estive em todas. Estou muito feliz e me sinto privilegiado em estar desde o começo neste ciclo olímpico. É um time muito forte, todos se dão bem. Essa é uma das melhores seleções do mundo, então é cada um colocando a sua qualidade, a gente sabe do talento que temos aqui. Unindo isso e trabalhando juntos, não tenho dúvidas de que podemos trazer o ouro", afirmou Antony, que teve o aval do Ajax para estar em Tóquio.

Entre os 22 convocados, ainda há sete nomes que podem ser considerados novos entrantes no projeto olímpico. O zagueiro Gabriel Magalhaes ganhou destaque na França a ponto de ser comprado pelo Arsenal, da Inglaterra. Do mesmo time veio o atacante Martinelli, revelação do Ituano que chegou a flertar com a seleção da Itália. Os goleiros Brenno e Lucão, de Grêmio e Vasco, respectivamente, serão reservas. Claudinho estourou pelo Red Bull Bragantino no Brasileirão 2020, do qual foi eleito craque e revelação. O time dele ainda é líder da Série A no momento. Já o volante Douglas Augusto chegou a aparecer na seleção olímpica em 2019, mas "sumiu" no grego PAOK, até que foi lembrado para ocupar a lacuna deixada pela não liberação de Gerson, do Olympique de Marselha.