Virada em um São Paulo x Palmeiras marcou relação de Antony com Jardine

Sentado sobre uma bola em um dos campos do CT do Palmeiras durante o treino de ontem (5), o técnico André Jardine batia um papo ao fim da tarde com um dos jogadores da seleção olímpica com quem mantém relação mais estreita: o meia-atacante Antony.

Eles estiveram juntos na base do São Paulo, onde o treinador trabalhou de 2015 a 2019. Jardine recorreu Antony, atualmente no Ajax, ao longo de toda preparação do ciclo da seleção olímpica. Dentro da relação entre os dois, um jogo específico serve como exemplo de admiração de Antony pelo treinador: a final da Copa RS de 2017.

O time sub-20 do São Paulo chegou à decisão com 100% de aproveitamento. Do outro lado, o adversário era o rival Palmeiras. Apesar da ótima campanha, parecia que tudo daria errado naquele dia para o lado tricolor. Mas o enredo do clássico calhou de ser épico.

"Teve uma que me marcou muito. Foi em um clássico, uma final que estávamos juntos, estávamos perdendo de 3 a 1 (3 a 2, na verdade), a gente teve uma virada. Conversamos disso até hoje. Fico muito feliz de ter a companhia dele de novo, desde Toulon, espero dar a continuidade. A gente é um grupo que merece muito. Conhecendo a pessoa dele, temos muito a crescer e conquistar juntos ainda", contou Antony, na coletiva de hoje (6).

O jogo, como Antony relatou, foi intenso. Nomes que viriam a aparecer no profissional do São Paulo de forma relevante estavam em campo, como o zagueiro Walce, os volantes Lizieiro e Luan, além dos meias Gabriel Sara e Igor Gomes. Walce, além de fazer o primeiro gol do São Paulo na ocasião, cometeu um pênalti no segundo tempo. Por isso, foi expulso instantes antes de o Palmeiras fazer 2 a 1.

Antony foi substituído aos 25 minutos do segundo tempo e viu do banco o desfecho épico. O São Paulo perdia por 3 a 2 até os 43 da etapa final. Tuta, então, empatou. Apesar da desvantagem numérica, Bissoli fez o gol da virada para o time de André Jardine, já aos 48 minutos do segundo tempo.

"Minha relação com o Jardine é muito boa, não de hoje. A gente esteve junto na base no São Paulo, um treinador excelente. A gente tem uma excelente amizade", pontuou Antony.

Na preparação para Tóquio, Jardine usou Antony em 13 partidas, entre amistosos e o torneio pré-olímpico que deu a vaga ao Brasil. O processo de mutação da equipe foi constante, sobretudo diante da necessidade de adaptação do calendário da equipe à pandemia e os velhos problemas com liberação de jogadores. O Ajax permitiu que Antony fosse aos Jogos Olímpicos. Embora sem saber exatamente com quem vai atuar, a expectativa é alta.

"Eu deixei bem claro que era um sonho meu, um desejo jogar essa olimpíada. Graças a Deus, com ajuda do clube, o Ajax, e do pessoal da CBF, deu tudo certo. Ainda a questão tática não sei muito, temos jogadores de muita qualidade, mas não tenho duvida nenhuma de que, com a formação que ele for jogar, a gente está preparado", disse o meia-atacante.