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Wallace promete trocar camisa por quadro com refugiado do Congo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/07/2021 11h00

O jogador de vôlei Wallace e o artista plástico Israel Lavi, refugiado congolês que vive no Brasil, tiveram um encontro virtual promovido pela campanha "Reflexos", realizada pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), que reúne atletas olímpicos e refugiados empreendedores. Durante a conversa, Levi prometeu a Wallace que faria um retrato dele para agradecê-lo por tudo o que o atleta já conquistou pela seleção brasileira.

"O dia em que eu for no seu jogo vai ser o dia que eu vou fazer um retrato da sua foto. Uma pintura para você", prometeu ele. "Hoje eu me sinto muito brasileiro. Eu defendo esse país, defendo essa seleção", disse Levi a Wallace que, por sua vez, prometeu que daria uma camiseta autografada em retribuição.

Nascido no Congo, Levi chegou ao Brasil há quatro anos. Hoje, expõe parte do seu trabalho em espaços culturais e centros de arte em São Paulo. Em sua arte, Levi expõe muito da sua raiz, fazendo representações da cultura africana.

Ele conta que descobriu seu talento ainda muito cedo, mas que precisou superar muitos obstáculos e sempre ouviu da família e de amigos que ele não deveria desistir. "Esse dom eu descobri aos 5 anos de idade, hoje eu tenho 28", disse Levi. "Foi difícil meu início. Chegando no Brasil eu recomecei a vida do zero".

Wallace, por outro lado, começou no volêi aos 16 anos, idade que já é considerada tardia para a iniciação no esporte. Por isso, o supercampeão da seleção brasileira disse que também passou por dificuldades no início. "Isso querendo ou não já gera um certo preconceito", disse o atleta.

Os dois, cada um a sua maneira, superaram os obstáculos. "Eu, me colocando no seu lugar, me sentiria extremamente orgulhoso de estar onde você está hoje", disse Wallace a Levi.

A campanha "Reflexos" tem como objetivo contribuir e incentivar a inserção dos refugiados em nossa sociedade de forma mais ampla. A "Refugiados Empreendedores" oferece visibilidade aos refugiados que decidem montar negócios próprios no Brasil e ajuda com suporte e materiais para o aperfeiçoamento de negócios nas redes sociais.

Em Tóquio, pela segunda vez na história, uma Equipe Olímpica de Refugiados vai disputar a Olimpíada, iniciativa da ACNUR em parceria com o Comitê Olímpico Internacional. Ao todo, 29 atletas refugiados disputarão os Jogos Olímpicos, competindo em 12 modalidades.