'Honrado' com Olimpíada, Martinelli não pensa mais na seleção italiana
Convocado para os Jogos Olímpicos, Gabriel Martinelli agora só pensa na seleção brasileira. O atacante tem cidadania italiana e no ano passado não descartou defender a seleção europeia, mas agora sua preferência já está mais clara. Em conversa com o UOL Esporte, ele se diz honrado de ir para Tóquio-2020.
"Sou brasileiro, e meu sonho é jogar pela seleção do Brasil, ganhar títulos: Copa América, uma Copa do Mundo, a própria Olimpíada agora. Quero conquistar títulos na seleção", projeta Martinelli, ciente da pressão sobre a atual campeã olímpica.
"É um sonho disputar a Olimpíada pelo Brasil. Nós ganhamos a última, então chegamos com essa responsabilidade de jogar bem. Fico muito orgulhoso, honrado e estou na expectativa", completa. Ele falou ao UOL Esporte em um evento da Adidas, sua patrocinadora.
Martinelli se destacou no Ituano e foi vendido ao Arsenal ainda aos 18 anos, em julho de 2019. As duas temporadas na Europa foram acidentadas, tanto pela pandemia quanto pela lesão no joelho e a artroscopia que o tirou de combate por seis meses. Ele voltou a jogar em dezembro e, de lá para cá, fez dois gols em 23 partidas pelo clube londrino.
Antes da pandemia e da lesão, Martinelli teve um início meteórico no Arsenal e chegou a fazer sete gols em oito partidas. Já com a cidadania, ele preferiu deixar a decisão entre Brasil e Itália para depois. "Isso é só a consequência, vamos ver o que vem pela frente", disse ao UOL Esporte na época.
Martinelli chegou nesta semana na Sérvia, onde a seleção olímpica faz seus ajustes antes de viajar ao Japão. O último amistoso preparatório é contra os Emirados Árabes Unidos, às 16 horas (de Brasília) de amanhã (15), enquanto a estreia nas Olimpíadas está marcada para o próximo dia 22, uma reedição da final da Rio-2016 contra a Alemanha.
Fifa mudou as regras de naturalização
Em setembro, um congresso da Fifa alterou as regras para que um jogador mudasse de seleção. Antes, um único jogo oficial já inviabilizava a naturalização. Agora os critérios são mais flexíveis: até três jogos oficiais, desde que o jogador em questão os tenha disputado com 20 anos ou menos, entre outros detalhes.
A convocação para as Olimpíadas nem entra nesta conta, pois não se trata da seleção principal e nem de um torneio organizado pela Fifa. Desta forma, oficialmente Martinelli ainda pode defender a Itália se por acaso mudar de ideia.
A Itália foi campeã da Eurocopa no último domingo (11) com três jogadores nascidos no Brasil: Emerson Palmieri, que é neto de italiano; Jorginho, que se mudou para o país ainda aos 15 anos; e Rafael Tolói, que joga na Atalanta desde 2015 e se naturalizou.
Confira outras respostas de Martinelli:
UOL: A temporada passada foi difícil para você e também para o Arsenal, mas o time pareceu melhorar nos últimos jogos. Qual é o balanço que você faz dos últimos meses?
Gabriel Martinelli: "Perdi uns cinco meses por conta da lesão, mas acho que no final a gente foi bem, tivemos umas das melhores campanhas no campeonato depois do Natal. É um time novo, com técnico novo também, mas já com experiência e que eu considero um dos melhores do mundo já. A gente fez bons jogos no final da temporada, os jogadores estão confiantes, então é tentar ir neste mesmo caminho, para precisamos começar a temporada bem."
UOL: Como foi o retorno da lesão no joelho? Demorou para voltar a ter a mesma confiança de antes?
Martinelli: "A lesão até foi bem tranquila, mas os médicos optaram pela recuperação conservadora para prevenir problemas no futuro. Quando voltei estava, sim, meio inseguro nas primeiras semanas, mas depois a confiança voltou. Ainda tinha um pouco de dor, de desconforto, mas também normal por ter ficado muito tempo sem jogar. Agora passou."
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