Atleta de Uganda abandonou delegação olímpica porque quer morar no Japão

O atleta de Uganda Julius Ssekitoleko, do levantamento de peso, que foi declarado desaparecido após não ter sido encontrado no hotel da cidade japonesa de Izumisano, deixou um bilhete dizendo que pretendia encontrar trabalho no Japão e, por isso, não queria voltar para Uganda. A informação foi divulgada pelo jornal Kyodo News, de acordo com autoridades locais.

Pouco depois do meio-dia desta sexta-feira (16), no horário local, as autoridades da cidade informaram a polícia sobre a ausência do pesista de 20 anos, que não se apresentou para fazer o teste diário de detecção da covid-19. O atleta fora visto pela última vez na noite anterior.

De acordo com oficiais de Izumisano, o atleta pediu que seus bens fossem encaminhados à sua esposa, que mora em Uganda. Além disso, na nota, Ssekitoleko teria expressado sua vontade de morar no Japão.

Ssekitoleko fez parte do primeiro grupo de nove atletas, treinadores e dirigentes de Uganda que chegaram ao Japão em meados de junho. Nele, duas pessoas, que não eram atletas, testaram positivo para covid-19 pouco depois. Todo grupo foi imediatamente colocado em quarentena.

No fim, o atleta não conseguiu uma vaga para competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio e estava na lista de espera. De acordo com o jornal Uganda Daily Monitor, Ssekitoleko descobriu que não poderia disputar o torneio e por isso retornaria para seu país na próxima terça-feira.

"Ele estava participando da categoria até 61 kg, mas o aconselhamos a passar para os 67 kg por questões administrativas", disse à AFP Salim Musoke Ssenkungu, presidente da Federação de Levantamento de Peso de Uganda. "Se alguém vem ao Japão pensando que vai participar da competição e recebe más notícias, obviamente ficará desapontado", acrescentou.

Embora recentemente tenha começado a competir na categoria sênior, Ssekitoleko tem experiência internacional significativa, com competições na Costa do Marfim, Quênia e Egito. Em maio, conquistou o bronze no Campeonato Africano em Nairóbi, no Quênia.