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Caçula da natação brasileira, Stephanie trocou rolê por Olimpíadas

Stephanie Balduccini vai representar o Brasil no revezamento 4x100 - Reprodução/Instagram
Stephanie Balduccini vai representar o Brasil no revezamento 4x100 Imagem: Reprodução/Instagram

Beatriz Cesarini

Do UOL, em Tóquio

23/07/2021 04h00

Quem nunca foi adolescente e fez de tudo para convencer os pais a deixar ir em um rolê entre amigos? A história de Stephanie Balduccini é diferente. Nadadora mais jovem do Brasil a disputar as Olimpíadas em 41 anos, a atleta preferiu recusar os convites da galera para focar no esporte.

No domingo (25), ela vai trocar o papel de fã por parceira de Etiene Medeiros no revezamento 4x100m livre feminino nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Em conversa com o UOL, a atleta brasileira relatou sua trajetória até chegar ao maior evento esportivo do mundo com apenas 16 anos.

"Quando era ainda mais nova, era um pouco difícil lidar com a rotina de treinos. Minhas melhores amigas faziam festa, iam à praia, viajavam e eu não podia ir porque tinha que treinar. Eu ficava bem triste, é que treinar, não que fosse mais importante, mas eu estava comprometida a fazer algo e não tinha como abrir mão por certas coisas", disse Stephanie.

"Hoje em dia, como é algo que tô tão acostumada a fazer, e meus amigos sabem disso, fica um pouco mais fácil. Mas, com certeza, não sou tão chamada para festas como era chamada antes porque o pessoal sabe que é bem provável que eu não possa ir", acrescentou a nadadora que vai compor a equipe com Larissa Oliveira e Ana Vieira, além de Etiene.

Competitiva por natureza como a maioria dos virgianos, Stephanie se apaixonou de vez pela natação quando começou a disputar campeonatos. Ela começou a nadar aos seis meses e, aos sete anos, passou a representar o Clube Paineiras em torneios.

"Foi muito natural a maneira que comecei a competir. Nunca cheguei a reparar: 'Nossa, sou uma atleta de alto rendimento e tenho que focar'. Sempre foi algo que eu fiz naturalmente. Eu sou bem competitiva. Treinar nunca foi um problema para mim, sempre foi algo que só fluiu", relatou.

Todo esse foco a ajuda a conciliar os treinos com os estudos. Stephanie cursa o segundo ano do ensino médio e faz natação de madrugada quando está em semana de provas.

"Normalmente, eu tenho que treinar duas vezes por dia, três vezes na semana. Aí, como minha aula é mais cedo e é integral, eu treino de manhã, por volta das 6h. Acordo às 5h, treino com o meu pai por uma horinha, aí corro para a escola. Depois da aula, eu treino à tarde de novo, faço musculação também, e aí que chego em casa", contou.

Agora, Stephanie está de férias do colégio. A folga mais diferente de toda sua vida. "Até agora não caiu minha ficha que sou uma atleta olímpica. Caramba, está acontecendo mesmo. Acho que só vou entender a real situação quando voltar de Tóquio. São tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que nem parei para refletir", destacou.

A brasileira chegou às Olimpíadas após baixar duas vezes consecutivas sua marca pessoal durante as seletivas e, ao mesmo tempo, quebrar o recorde brasileiro na categoria júnior 1 com 55s06.