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Douglas Luiz explica função diferente da seleção principal e se diz honrado

Volante que foi titular na estreia contra a Alemanha durante entrevista coletiva da seleção brasileira olímpica - Reprodução/CBF TV
Volante que foi titular na estreia contra a Alemanha durante entrevista coletiva da seleção brasileira olímpica Imagem: Reprodução/CBF TV

Do UOL, em São Paulo

23/07/2021 11h11

Ao lado do atacante Richarlison como os únicos jogadores que representaram a seleção brasileira tanto na Copa América, quanto atualmente nas Olimpíadas de Tóquio, o volante Douglas Luiz disse hoje (23) em entrevista coletiva que existe uma mudança importante nas suas funções em campo na seleção olímpica em relação à principal. Ele foi titular nos 4 a 2 sobre a Alemanha, na quinta-feira (22).

"Lá [seleção principal] eu jogo numa função mais do resguardo, de cobrir o lateral e a posição do Ney, é um pouco diferente. Aqui, o Jardine tem muita confiança em mim e no Bruno Guimarães, nós chegamos mais ao ataque, damos mais assistências, somos mais livres para saber que quando um acompanha o ataque o outro fica na defesa. Hoje me tornei mais ofensivo do que defensivo, diferente do que era no Vasco", disse.

A seleção principal atua com Casemiro à frente da zaga como primeiro volante e Fabinho é o reserva imediato. Douglas Luiz já foi titular e durante a Copa América foi suplente de Fred como segundo homem de meio-campo, responsável por compensar as descidas para o ataque do lateral-esquerdo (Renan Lodi ou Alex Sandro) e compensar a liberdade que Neymar recebe. Já no time olímpico o jogador do Aston Villa-ING é o camisa 5 e reveza com Bruno Guimarães a função de ficar mais preso na defesa ou aparecer no ataque.

Douglas Luiz fez pressão nos bastidores para ser liberado para os Jogos Olímpicos, uma nova chance de mostrar que pode recuperar espaço na seleção principal a longo prazo, a menos de um ano e meio para a Copa do Mundo do Qatar. Ele também valoriza a competição em si e se disse honrado por estar em Tóquio.

"É muito gratificante para mim hoje estar aqui, me sinto muito honrado e feliz de saber que um dia tive dificuldade e hoje consegui superar para estar aqui. Não posso dizer que cheguei no topo porque almejo mais, mas estou em patamar que me sinto muito honrado e sei que as pessoas da minha comunidade se espelham em mim (...) Sempre passa um filme na nossa cabeça uma competição desse tamanho, nem nos meus melhores sonhos imaginava estar aqui. Mas me senti muito confortável, tenho a experiência da Copa América e vim preparado", disse, antes de relembrar suas origens:

Douglas Luiz - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Douglas Luiz durante partida da seleção brasileira olímpica contra a Alemanha
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

É algo que eu não tenho nem palavras para descrever o momento em que vivo. Sabemos que pessoas da comunidade têm poucas oportunidades porque só aparece na TV o lado ruim, então poucas pessoas acreditam em você. Pouco aparece o lado bom. Sirvo muito de exemplo para o pessoal que luta no dia a dia, merece oportunidades. Tem que acreditar em si mesmo para vencer na vida. Eu vi as últimas Olimpíadas como um garoto apaixonado por futebol e sempre almejei. É continuar trabalhando, porque o sonho só começou, o que está por vir e está na nossa cabeça e no nosso desejo é mais do que isso".

Leia outras declarações de Douglas Luiz:

Problemas contra a Alemanha

"É natural de um jogo em que você acaba fazendo três gols no primeiro tempo e tem chance de fazer quatro, cinco, chega no segundo tempo achando que já está definido e esquece que do outro lado tem uma seleção qualificada. Eu puxei no pé de um, de outro, falei que não estava ganho, Jardine também, outros atletas também, mas acaba que a situação era tão boa que a gente acaba relaxando, é algo natural. Mas não podemos deixar acontecer, porque pode nos prejudicar, eles poderiam até ter empatado. Temos que conversar isso para não passar mais esse sufoco."

Lembrança do 7 a 1

"Na verdade sempre passa na nossa cabeça, acho que a gente tem que respeitar nosso adversário, sabemos que a Alemanha é um grande adversário e nosso pensamento é respeitar fazendo gols. Tivemos oportunidade de fazer mais, não fizemos porque algo ali no jogo acabou não acontecendo, teve pênalti perdido e outras chances, mas futebol é assim. Se tiver oportunidade de fazer cinco, seis, sete, vamos fazer."

Costa do Marfim

"Eu espero um jogo muito difícil, porque é um jogo-chave, a gente já define quem pode se classificar, como vai ficar a tabela, é um time que vai ser muito competitivo e acompanhamos um pouco do primeiro jogo, eles disputam muito a bola, têm qualidade. Mas estamos preparados, demonstramos na nossa estreia."