O que faz Brasil tão favorito no surfe masculino. E o que pode dar errado
Se há um esporte em que o Brasil entra nos Jogos de Tóquio como absoluto favorito, esse esporte é o surfe, que deve fazer neste sábado a sua estreia na história das Olimpíadas. Na categoria masculina, o bicampeão mundial Gabriel Medina e o atual campeão do mundo Ítalo Ferreira prometem brigar pela medalha de ouro com uma vantagem considerável em relação a quase todos os demais surfistas.
Gabriel Medina está 'voando' em 2021 e, não à toa, faz a melhor temporada da sua carreira — está disparado na liderança do ranking mundial do surfe com 46.720 pontos, contra 33.555 do vice-líder Ítalo Ferreira. É, inclusive, o único surfista do circuito masculino já classificado matematicamente para as finais do Mundial de Surfe.
Gabriel venceu duas das seis etapas disputadas até aqui: Narrabeen e Rottnest Search, ambas na Austrália. Além disso, acumula três vices, em Pipeline, Newscastle e nas ondas artificiais de Lemoore. A única etapa da temporada em que ele não chegou à decisão foi em Margaret River, na Austrália, onde caiu nas oitavas e ficou com o nono lugar.
Apesar da diferença considerável de pontos no ranking do Mundial de surfe de 2021, seria injusto também não apontar Ítalo Ferreira como favorito à medalha de ouro ao lado de Medina. Afinal, é ele o atual campeão mundial, conquista essa que veio, justamente, após uma vitória épica sobre Gabriel na grande final brasileira em Pipeline, no Havaí.
Mas, diante de tudo isso, há um porém, e esse porém tem nome — três, na verdade: John John Florence. O havaiano é, há anos, a maior ameaça à hegemonia da Brazilian Storm (Tempestade Brasileira, em português). Ele venceu o Mundial de 2016 e 2017 e só não brigou lá em cima nos dois anos seguintes porque se lesionou. Em 2019, por exemplo, ele liderava o ranking com duas vitórias e um terceiro lugar em quatro etapas até machucar o joelho direito no Brasil.
E não é que, para a sorte dos brasileiros, ele voltou a se machucar meses antes das Olimpíadas? Pois é. John John, que venceu a etapa de estreia de 2021 no quintal de sua casa, em Pipeline, rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo em Margaret River, no mês de maio, passou por cirurgia e, desde então, não competiu mais. Agora, resta saber como o havaiano voltará. Caso esteja 100%, o ouro olímpico brasileiro pode ficar mais difícil. É esperar para ver...
Medina 100%?
Disse Gabriel Medina, em entrevista ao UOL Esporte, que não estará 100% em Tóquio sem a presença da mulher Yasmin Brunet, vetada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) de acompanhar o surfista nas Olimpíadas do Japão. "É chato, não estou indo 100%. É ela quem me dá força e eu gosto de estar junto dela", disse o bicampeão no aeroporto, ainda antes da viagem para o oriente.
Apesar das palavras de Gabriel, a expectativa é que ele esteja, sim, 100% em Tóquio. A própria Yasmin fez questão de 'discordar' do marido. "Ele vai estar 100%, com certeza absoluta", disse a esposa de Medina, que acompanhou no aeroporto de Guarulhos a partida do marido para o Japão.
Quando começa?
As competições de surfe estão previstas para começar neste sábado, na praia de Tsurigasaki, que fica a 64 km de Tóquio. Se as condições climáticas permitirem, as baterias começam às 19h (de Brasília). As finais estão agendadas para a terça-feira (27), a partir das 20h. Se houver imprevistos nas condições do mar, há uma janela de mais quatro dias para a competição ser realizada.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.