Primeira mulher a competir no levantamento de peso chega à quinta Olimpíada
Primeira mulher a competir em uma prova de levantamento de peso na história das Olimpíadas, Loa Dika Toua, de Papua Nova Guiné, fez história ao se tornar uma das atletas com mais presenças em Jogos Olímpicos na modalidade, com cinco participações. Horas antes, ela teve a honra de ser a porta-bandeira de seu país na cerimônia de abertura.
Aos 37 anos, Toua fez sua estreia em Sydney-2000, primeira vez em que mulheres puderam competir na prova de levantamento de peso. Ela não só esteve na primeira edição, como foi a primeira atleta feminina a competir, sendo, assim, a pioneira da modalidade em uma Olimpíada.
Em Tóquio, prova que foi vencida pela chinesa Zhihui Hou, Toua terminou em 10º lugar. O resultado, no entanto, foi apenas um detalhe para a atleta.
"É uma sensação incrível. Quando você pensa sobre os Jogos Olímpicos, seu sonho é ir a um e talvez ao segundo. Nunca imaginei em um milhão de anos que chegaria à minha quinta vez", disse ela em entrevista à Reuters.
A levantadora de peso tem muito o que comemorar. Em 2013, Loa Dika Toua foi diagnosticada com tuberculose e chegou a considerar desistir da carreira. Em um momento, enquanto estava internada, ela decidiu que não continuaria a competir como atleta de alto rendimento.
Recuperada, ela poderia competir na Olimpíada do Rio, em 2016, a única que faltou em seu currículo, e o que faria que Tóquio fosse sua sexta participação nos Jogos Olímpicos. No entanto, ela decidiu abrir mão da competição para deixar que sua irmã, Thelma Toua, buscasse uma vaga olímpica. Mas, por problemas financeiros no país natal, nenhuma competidora de Papua Nova Guiné viajou ao Brasil.
Mãe de dois filhos, Toua ontem foi a porta-bandeira de seu país durante a abertura pela segunda vez. Em Atenas-2004, ela já teve a oportunidade de carregar suas cores durante a cerimônia. Tendo a chance de ser um modelo para jovens atletas do país que fica na Oceania, ela conta que ser um exemplo é sua principal meta como atleta.
"Estou me sentindo muito orgulhosa nesse momento. Espero que as meninas em meu país possam seguir meus passos".
Em 11 participações em Jogos Olímpicos, a Papua Nova Guiné nunca ganhou uma medalha olímpica. Em Tóquio, além da levantadora de peso, mais sete competidores foram ao Japão.
Perto dos 40, Toua já é questionada sobre uma possível participação nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.
"Não estou ficando mais jovem. Mas na sala de aquecimento, as outras atletas brincaram comigo dizendo: 'Vejo você em Paris, Dika!'", ela se divertiu. "Mas vou dar um passo de cada vez", concluiu.
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