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Após show, Rebeca Andrade comemora "decisões inteligentes" e três finais

Rebeca Andrade deu show em apresentação no solo - Ricardo Bufolin/CBG
Rebeca Andrade deu show em apresentação no solo Imagem: Ricardo Bufolin/CBG

Demétrio Vecchioli

Colunista do UOL, em Tóquio

25/07/2021 10h54

Com uma qualificação para guardar na memória, neste domingo (25), a ginasta Rebeca Andrade comemorou bastante ter alcançado três finais na ginástica feminina nas Olimpíadas de Tóquio. Nos próximos dias, a brasileira vai brigar por medalhas no solo, salto e no individual geral.

"A gente treina bastante para dar nosso melhor em poucos minutos, poucos segundos, que duram nossas séries. Foi muito trabalho envolvido. A equipe multidisciplinar, nosso treinador, todos tomando decisões inteligentes em todos os momentos nos treinamentos, nas competições", disse a brasileira. "Eu estou bem feliz, gostaria de estar em mais finais, mas acontece. É um dia de cada vez, um dia após o outro. Foi um ano muito difícil e eu consegui fazer boas apresentações."

As boas apresentações de Rebeca Andrade também significam uma enorme superação. A ginasta já passou por três cirurgias de joelho, a última delas em 2019. Se as Olimpíadas tivessem sido disputadas em 2020, seria muito difícil que Rebeca chegasse aos Jogos - ela ainda precisava conquistar a vaga, já que o Brasil não conquistou a classificação por equipes. O adiamento acabou beneficiando a ginasta, que conseguiu se recuperar, conseguiu a vaga individual em junho e está em plena forma no Japão.

Até por todo esse histórico, Rebeca foi um grande ponto de apoio para Flávia Saraiva, que lesionou o tornozelo direito e não conseguiu finalizar sua participação na qualificatória - ainda assim, Flavinha se classificou para a final da trave, mesmo lutando com o problema há mais de dois meses.

"A gente treina junto todos os dias", disse Rebeca, sobre a amiga e companheira de clube, o Flamengo. "Eu vi o tanto que ela teve que correr atrás, o tanto de treino que ela perdeu. A gente tem que ter a cabeça muito firme", contou.

A experiência com lesões ajudou no consolo à colega e, também, no foco para sua própria competição. "Agora estou mais madura, com mente mais forte. Eu estava muito triste, mas precisava me concentrar", disse Rebeca, já que Flávia se machucou no solo exatamente antes de sua apresentação. "No momento que entrei no solo eu só estava pensando na minha série. Antes eu pensei na Flávia, depois eu pensei na Flávia, mas na ginástica temos que estar concentrada."