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Com "Baile de Favela" em Tóquio, Rebeca Andrade dá show e vai a três finais

Rebeca Andrade durante apresentação nas Olimpíadas - Lindsey Wasson/Reuters
Rebeca Andrade durante apresentação nas Olimpíadas Imagem: Lindsey Wasson/Reuters

Demétrio Vecchioli

Colunista do UOL, em Tóquio

25/07/2021 09h59

O domingo foi de sentimentos contrastantes para a ginástica feminina do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio. Enquanto a lesão e o choro de Flávia Saraiva preocuparam, Rebeca Andrade só teve motivo para sorrir. Neste domingo (25), Rebeca fez grandes exibições na qualificação e garantiu a vaga em três finais individuais: no solo, no salto e também no individual geral, onde só teve pontuação menor que a estrela Simone Biles.

As boas apresentações de Rebeca Andrade também significam uma enorme superação. A ginasta já passou por três cirurgias de joelho, a última delas em 2019. Se as Olimpíadas tivessem sido disputadas em 2020, seria muito difícil que Rebeca chegasse aos Jogos - ela ainda precisava conquistar a vaga, já que o Brasil não conquistou a classificação por equipes. O adiamento acabou beneficiando a ginasta, que conseguiu se recuperar, conseguiu a vaga individual em junho e está em plena forma no Japão.

O primeiro show de Rebeca veio no solo. Ao som de "Baile de Favela", a brasileira teve uma apresentação muito sólida e recebeu a nota 14.066, ocupando a quarta posição, logo atrás das norte-americanas Jade Carey (14.100) e Simone Biles (14.133), e da italiana Vanessa Ferrari (14.166).

"Fiquei feliz com a minha série. Posso melhorar algumas chegadas, mas trazer a cultura do funk para o outro lado do mundo foi incrível. No Pan (de Lima, em 2019), vi o tanto de gente que me assistia e torcia para mim. Acho que a gente está passando um momento tão difícil que um pinguinho de felicidade faz diferença", disse Rebeca.

Enquanto Flavinha desistia da sequência da prova pela lesão, Rebeca foi para o salto e foi ainda melhor. Com duas apresentações muito seguras e de alta dificuldade, ela recebeu a nota final de 15.100, ficando atrás, novamente, apenas da norte-americanas Carey (15.166) e Biles (15.183).

O último aparelho da rotação foram as barras assimétricas. Com uma série limpa, sua nota foi 14.200, insuficiente para a final no aparelho, mas que contribuiu para a ótima pontuação para a decisão do individual geral. Com uma somatória de 57.399, a brasileira ficou logo atrás de Simone Biles, com 57.731.

Essa, aliás, será a primeira disputa de medalhas de Rebeca em Tóquio: a final do individual geral será na quinta-feira (29), às 7h50 (horário de Brasília). A decisão do salto será no dia 1º de agosto, às 5h, e a final do solo, no dia seguinte (2), no mesmo horário.

Além das três finais de Rebeca, a ginástica ainda conquistou a vaga na trave com Flavia Saraiva, que agora tentará acelerar sua recuperação.